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Procuradoria inclui mulher de Collor em denúncia contra senador

O nome de Caroline Serejo Medeiros Collor de Mello foi incluído num pedido de aditamento no mesmo inquérito que investiga o senador por comprar carros de luxo pagos com propina desviada da Petrobrás

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Por Gustavo Aguiar e Isadora Peron
Atualização:
Fernando Collor de Mello Foto: DIV

Brasília - A mulher do senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) é a mais nova denunciada por suposto envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O nome de Caroline Serejo Medeiros Collor de Mello foi incluído num pedido de aditamento no mesmo inquérito que investiga o senador por comprar carros de luxo pagos com propina.  O pedido de aditamento foi feito na segunda-feira, 21, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso aceite o aditamento à denúncia, Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte, deverá pedir para que a defesa de Caroline se manifeste sobre o caso. Carros de luxo. Em agosto do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Collor ao Supremo pela suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. A denúncia aponta um "sofisticado esquema" de lavagem de dinheiro através da compra de pelo menos cinco carros de luxo, com verba oriunda de propina.  Os carros chegaram a ser apreendidos pela Polícia Federal, mas foram devolvidos ao senador em outubro. O Supremo admitiu Collor como fiel depositário de quatro dos cinco carros - um Lamborghini, um Bentley, um Range Rover e uma Ferrari.  Apenas um Porsche Panamera não voltou à residência do senador.De acordo com Zavascki, Collor não apresentou um termo de concordância da empresa GM Comércio de Combustível Ltda, em nome de quem está registrado o veículo.  Os carros foram financiados no Bradesco pela Água Branca Participações, segundo registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A empresa, com capital social de R$ 1,3 milhão, tem sede numa casa do Jardim Europa, área valorizada de São Paulo. O senador e a mulher, Caroline, constam como sócios. Collor é investigado em cinco inquéritos na Lava Jato, incluindo o processo pelo qual ele e a mulher foram denunciados.Todos eles tramitam atualmente em sigilo no Supremo.  Além do inquérito envolvendo os carros de luxo, o senador também foi denunciado em outro processo, por suposta participação criminosa relacionada à BR Distribuidora. Segundo a PGR, a divisão era voltada principalmente ao desvio de recursos em proveito particular de Collor, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de dinheiro.