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Procurador vai convocar Olívio para depor

Por Agencia Estado
Atualização:

O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Cláudio Barros Silva, convocará o governador Olívio Dutra para depor sobre as denúncias da CPI da Segurança Pública. Durante os trabalhos da comissão, o petista chegou a ser convidado a comparecer à Assembléia, mas tinha prerrogativa de não falar aos parlamentares. Agora Olívio pode escolher o local e a data para ser ouvido pelo procurador. ?Vamos chamar o governador e o vice a depor. Eles devem ter interesse em esclarecer o Ministério Público?, afirmou Barros Silva. O governador foi acusado de improbidade administrativa pelos deputados da CPI, que, nesta segunda-feira, entregaram ao Ministério Público uma cópia do relatório e todos os documentos de prova recolhidos nos seis meses de investigação. ?O processo político encerrou-se, nós vamos trabalhar com provas. Minha preocupação é tentar salvar as provas para não ter problemas depois na Justiça?, disse o procurador. O Ministério Público já começou a analisar, por exemplo, a validade como prova das gravações obtidas pela CPI e que constituem peça fundamental para as denúncias apresentadas contra 42 pessoas indiciadas. Em uma das fitas, o ex-tesoureiro estadual do PT, Jairo Carneiro dos Santos, afirmava que a sede do partido teria sido adquirida pelo Clube de Seguros da Cidadania com doações de bicheiros (o que ele desmentiu quando depôs na CPI). Em outra gravação, o presidente do clube, Diógenes Oliveira, pede ao ex-chefe de Polícia, Luis Fernando Tubino, que amenize o combate à contravenção. ?Estamos fazendo um trabalho jurídico para saber até onde essas gravações podem ser aceitas como uma prova lícita a luz do Direito?, ponderou Barros Silva. Segundo ele, mais de 20 promotores deverão dividir-se nos próximos meses nas investigações, e algumas delas poderão ter um desfecho rápido. O caso mais complicado de ser analisado é o do Clube de Seguros da Cidadania, que apresentou listas de dezenas de doadores para tentar comprovar a origem lícita dos seus recursos. Os parlamentares identificaram contradições nos depoimentos dos doadores e uma insuficiência de caixa de aproximadamente R$ 80 mil na contabilidade da entidade em 1998. O Ministério Público, entretanto, recebeu uma nova lista de pessoas que dizem ter emprestado dinheiro à entidade ? o que será checado através da quebra de seus sigilos bancários. Os promotores também aprofundarão as investigações em torno do ex-chefe de Polícia, que já responde a um processo na Justiça por ter supostamente sumido com uma fita que comprovaria uma extorsão policial de um bicheiro. De acordo com as apurações da CPI, a movimentação bancária de Tubino é incompatível com seu salário. Entre 1997 e 2000, o delegado movimentou no Banrisul e no Citibank uma quantia de R$ 718.100,00 ? quase o dobro do recebido em salário no mesmo período.

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