Procurador reage a cobrança e vê desinformação de Mendes

Souza diz que Ministério Público investiga há muito tempo repasses ao MST

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Por Mariângela Gallucci e BRASÍLIA
Atualização:

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, afirmou ontem que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, pode estar mal informado por ter cobrado uma atuação mais enérgica do Ministério Público para descobrir se há repasse de dinheiro público para movimentos sociais que invadem terras. "Talvez possa ter havido desconhecimento", disse o procurador. "O Ministério Público não estava dormindo." A manifestação de Mendes na semana passada mirou o que classificou de "excessos" dos sem-terra em invasões de terras ocorridas durante o carnaval, em São Paulo e principalmente em Pernambuco, onde quatro seguranças de uma fazenda foram mortos por acampados do MST. REPASSES Souza informou que o Ministério Público Federal investiga há muito tempo suspeitas de repasses de recursos públicos para os movimentos sociais e de violações de direitos humanos no campo. "O Ministério Público já trabalha nesse assunto há muito tempo sem estardalhaço para, ao final, emitir seu juízo. Esse é o Ministério Público maduro, pelo qual a sociedade tem respeito", disse. "Esse trabalho não é só em Presidente Prudente, mas em Alagoas, Goiás, Pernambuco." Segundo Souza, política agrária não é função do Ministério Público. "Eventuais ilegalidades na execução da política ou ofensa a direitos humanos já estão sendo analisadas." Conforme informações da Procuradoria-Geral da República, existem seis investigações em Pernambuco para apurar repasse de verbas federais ao MST. Em Alagoas, há 11 procedimentos administrativos, 5 ações de reintegração de posse e 15 inquéritos e processos criminais sobre depredação de prédios públicos, cessão irregular de lotes, vandalismo e furtos durante as ocupações.

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