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Procurador pedirá devolução de salários de filha de FHC

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União Marinus Marsico entra amanhã com representação no TCU solicitando que Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, devolva os salários que recebeu desde 2003, época em que começou a trabalhar no gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Luciana admitiu que trabalha em casa e não vai ao Senado.Na mesma representação, Marsico também pede que os quase quatro mil servidores que ganharam hora extra em janeiro, quando o Congresso estava de recesso, devolvam o dinheiro. Ele também quer que a diretora de Comunicação do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes, que trabalhou em cinco campanhas políticas sem se afastar do cargo, faça o mesmo."Os três casos envolvem funcionários do Senado e são funcionários que receberam valores e não ofereceram a contraprestação de serviços. Peço que sejam apuradas as denúncias e, se confirmadas, a devolução dos valores ao Tesouro Nacional", explicou Marsico, que pretende encaminhar amanhã ainda pela manhã a representação ao presidente do TCU, ministro Ubiratan Aguiar. Caberá ao ministro Raimundo Carrero, que foi secretário geral do Senado antes de ir para o Tribunal, decidir se aceita ou não a representação.O Senado gastou R$ 6,2 milhões com o pagamento de hora extra para quase quatro mil servidores, em janeiro, mês em que o Congresso não funciona. Com um salário de R$ 7,6 mil mensais, a filha do ex-presidente Fernando Henrique afirmou que "trabalha mais em casa" porque faz "coisas particulares" para Heráclito Fortes. Luciana justificou ainda que não vai ao Senado porque "é uma bagunça e o gabinete é mínimo". Nomeada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), em 2003, como diretora de Modernização Administrativa e Planejamento do Senado, Elga Lopes se ausentou da Casa e trabalhou em cinco campanhas políticas sem se afastar do cargo.

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