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Procurador pede quebra de sigilo de Vicente Pedrosa

Por Agencia Estado
Atualização:

A Procuradoria-Geral da República divulgou neste sábado que foi pedida à Justiça Federal a quebra do sigilo bancário do empresário Vicente Pedrosa de Paula Silva ? que vendeu Títulos da Dívida Agrária (TDAs) falsos em negociação realizada na época em que o atual presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), era ministro da Reforma Agrária. Os procuradores querem saber se Jader ficou com parte do dinheiro. A quebra de sigilo foi solicitada na última sexta-feira à noite pelo chefe da Procuradoria da Repúblia no Distrito Federal, Luiz Augusto Santos Lima, à 10ª Vara, em Brasília. A decisão foi tomada após reunião de Lima com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e o delegado da Polícia Federal, Luís Fernando Ayres Machado, responsável pelo inquérito. A expectativa de Brindeiro é que a Justiça despache o pedido no início da semana. A solicitação diz respeito ao período de outubro de 1988 a junho de 1989, no Banco Bamerindus, hoje HSBC. O objetivo é rastrear as ordens bancárias realizadas em favor de Vicente Pedrosa por Vera Arantes Campos. Vera é mulher do ex-banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes, que comprou 55 mil TDAs de Vicente Pedrosa, em 1988. O casal afirma que Jader Barbalho estava no hall do hotel onde ocorreu a transação, em São Paulo. Para acelerar a investigação, os procuradores concentraram a quebra do sigilo em duas transferências de dinheiro que teriam sido feitas por Vera Campos a Vicente Pedrosa, quando a moeda do País era o cruzado, no valor de 50 milhões e 700 milhões. O delegado Luís Fernando Ayres Machado havia pedido também a quebra de sigilo bancário da mulher de Pedrosa, Diana Maria Guimarães de Paula, e do casal Serafim e Vera. Mas, ao encaminhar a solicitação à Justiça Federal, o procurador Lima entendeu que o casal está colaborando com a apuração e não é acusado de nada. Em relação à mulher de Pedrosa, o procurador concluiu que não há indício, no momento, que justifique a violação de seu sigilo bancário. Em abril, Vicente Pedrosa foi condenado à prisão pela Justiça Federal de Brasília, juntamente com servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), por causa da desapropriação ilegal da Fazenda Paraíso, uma área inexistente da qual Vicente se dizia proprietário. Os TDAs vendidos por ele ao casal Serafim e Vera foram recebidos na desapropriação da área fantasma.

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