Procurador pede impedimento do ministro Admar; pedido é negado

Nicolau Dino alega que titular do TSE já atuou em defesa da ex-presidente Dilma Rousseff

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Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Thiago Faria , Isadora Peron e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino pediu, na tarde desta sexta-feitra, 9, o impedimento do ministro Admar Gonzaga durante o julgamento da chapa formada Dilma Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido, feito logo que a sessão foi retomada, deixou o clima tenso na corte, mas foi rejeitado por unanimidade.

O vice-procurador-geral eleitoral Nicolau Dino no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A justificativa de Dino para o impedimento é o de que Admar atuou como advogada da campanha de Dilma em questões na corte eleitoral em 2014."Desde 2013 eu não atuei com causas eleitorais", afirmou Admar, negando ter atuado por Dilma. O ministro Luiz Fux foi o primeiro a sair em defesa do colega de tribunal. "Entendo que Vossa Excelência poderia ter arguido isso antes", disse Fux. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, chegou a ironizar o pedido. "Pensei que iria pedir a cassação do ex-presidente Lula". Em seguida, repreendeu a representante do Ministério Público no tribunal. "O MP tem que se pautar pela lealdade processual. Ele não pode surpreender o tribunal. Esse fato não é conhecido pelo Ministério Público neste momento, é preciso que o Ministério Público assuma o seu papel e respeite o tribunal. Não se pode agir coagindo o tribunal ou fazendo jogo de mídia", disse Gilmar. "Nunca faltei com respeito", respondeu Dino.