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Procurador mandou tocar caso Sudam em ?banho-maria?, diz delegado

Por Agencia Estado
Atualização:

A saída do delegado Deuselino Valadares das investigações das fraudes na extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), pode gerar uma crise entre setores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Valadares, que vinha presidindo o inquérito sobre os desvios da Usimar Componentes Automotivos, sediada no Maranhão e que recebeu R$ 44 milhões sem nunca ter funcionado, iria indiciar a ex-governadora do Estado Roseana Sarney, por envolvimento no caso. Valdares foi acusado de ter se encontrado com a ex-governadora, antes de seu depoimento. "Quero que provem isso. Nem sei onde é a casa dela.? Valadares não acusa diretamente o procurador Nicolau Dino Neto, mas afirma que o procurador pediu-lhe, ainda este ano, que diminuisse o ritmo das investigações sobre a Usimar. "Ele me avisou para tocar o caso em banho-maria", afirma o delegado, que pretendia encerrar o inquérito esta semana. Dino não foi encontrado pelo Estado, por estar em viagem, mas alguns de seus colegas, também envolvido nas investigações, afirmaram que a intenção era a de que o inquérito fosse tocado pela PF em Tocantins. O delegado foi afastado das investigações na semana passada, depois que a PF abriu uma sindicância para apurar um telefonema anônimo onde ele era acusado de ter facilitado a situação de Roseana. "O telefonema foi dado para o procurador Nicolao Dino Neto. Depois disso, não pude viajar para Brasília, Curitiba e Cuiabá, onde iria concluir as investigações", contou o delegado. Desde que intimou a ex-governadora Roseana Sarney, Valadares vem sendo criticado por alguns setores do Ministério Público Federal que, no entanto, não acreditam em seu envolvimento em extorsão. Mas, com as críticas feitas pelo delegado após sua saída, as relações que até então eram amistosas, podem se acirrar. Na semana passada, vários procuradores estiveram em Curitiba para prosseguirem nas investigações sobre a Usimar, sem a presença de delegados federais. Roseana e outras 20 pessoas, incluindo seu marido, Jorge Murad, iria ser indiciada por Deuselino por peculato. Ela e Murad são acusados de terem facilitado a aprovação dos recursos para a Usimar. O delegado não quis comentar o fato.

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