Procurador-geral do DF é suspeito de vazamento

O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, aparece no centro da suspeita de vazamento de uma das principais investigações do Ministério Público em Brasília nos últimos anos: a Operação Megabyte, que apurou o desvio de R$ 1,2 bilhão dos cofres públicos. Essa investigação, feita em 2008 por promotores do DF, atingiu Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema do "mensalão do DEM". Naquela época, o Ministério Público local apurou um esquema de desvios de recursos por empresas de informática ligadas a Barbosa. Desde então, os investigadores levantaram suspeitas de vazamentos, de dentro do próprio Ministério Público do DF, que atrapalharam a ação de busca e apreensão. Dois anos depois, o nome de Bandarra aparece oficialmente em depoimentos e relatos da Corregedoria da instituição sobre esse episódio.Leonardo Bandarra chefia os promotores de Brasília. Desde anteontem é alvo de uma investigação do Conselho Nacional do Ministério Público por suposto envolvimento no esquema de corrupção no DF. Em troca de dinheiro, o procurador-geral teria dado, segundo depoimentos oficiais de Durval Barbosa, informações privilegiadas ao governo local e prometido não criar problemas para a gestão do ex-governador José Roberto Arruda. Novos depoimentos - incluindo os de promotores do DF - e dados de sigilo telefônico apontam para um vazamento da minuta da Ação Cautelar de Busca e Apreensão da Operação Megabyte e ligam o episódio ao nome de Bandarra. Durval Barbosa disse, em depoimento, que teve acesso a esse documento sigiloso no dia 16 de maio de 2008 - duas semanas antes da operação - por meio da promotora Deborah Guerner, apontada como intermediária das negociações entre Bandarra e Arruda. Ele foi informado, entre outras coisas, que haveria uma operação de busca e apreensão em sua casa.SindicânciaDe acordo com Barbosa, esse documento foi o mesmo que tomou conhecimento, de forma oficial, após a Operação Megabyte entrar em ação em 3 junho daquele ano. Em depoimentos que constam na sindicância concluída anteontem pelo Ministério Público do Distrito Federal, o promotor Eduardo Gazzinelli, responsável por essa operação, deixa claro: apenas Bandarra teve acesso ao tal documento com antecedência num envelope lacrado. Bandarra afirmou, por meio de sua assessoria, que teve acesso ao relatório da sindicância somente no início da noite de ontem e que, por isso, não poderia comentar o caso. A promotora Deborah não foi localizada. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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Por AE
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