PUBLICIDADE

Procurador critica fim do caso Banpará

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Claudio Barros e Silva, fez críticas veladas nesta terça-feira ao Procurador-Geral da República, Geraldo Brindeiro. O chefe do Ministério Público gaúcho disse que respeita a decisão do procurador de arquivar o inquérito do caso Banpará, envolvendo o senador Jader Barbalho (PMDB), mas ressaltou que decisões como esta têm comprometido a credibilidade da instituição. "Isso caracteriza a postura do Procurador-Geral, e o povo brasileiro que faça a análise: há coisas que têm de ser investigadas e não podem ficar à mercê de determinadas posições", afirmou Barros e Silva. De acordo com o procurador, o Ministério Público assumiu uma posição de vanguarda no processo de democratização e moralização do setor público, mas "existem algumas deficiências que devem ser corrigidas". Entre elas Barros e Silva destaca a escolha direta pelos procuradores dos chefes dos Ministérios Públicos estaduais e federal para evitar influências externas. "Não estou dizendo que o procurador sofreu pressão política, mas a sociedade tem cobrado posicionamentos do Ministério Público, através de sua chefia, e não tem tido retorno", opinou. Barros e Silva participou nesta terça da abertura da Semana de Estudos sobre Ilícitos do Colarinho Branco, em Porto Alegre, ao lado de Baltasar Garzón, o juiz espanhol que conseguiu em 1998 a prisão do ex-ditador chilena Augusto Pinochet. Além desse caso que o tornou conhecido no mundo, Garzón também esteve à frente das investigações de corrupção no governo de Felipe Gonzáles. "Se as instituições se vêem invadidas por eventos como a corrupção, elas perdem a credibilidade", disse nesta terça o juiz, afirmando que na Espanha as denúncias contra o governo socialista foram investigados paralelamente na esfera política e penal. Garzón é adepto da tese de que a melhor forma de combater a corrupção e o crime organizado é investigar a estrutura econômico-financeira dos agentes envolvidos. Ele defende medidas duras para penalizar e inibir a lavagem de dinheiro, considerada por ele o "cordão umbilical de qualquer criminalidade". O espanhol evitou comentários sobre o caso Pinochet e outros semelhantes que investiga, mas disse acreditar que logo será constituído um tribunal internacional para julgar crimes contra a humanidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.