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Processo contra Lins tem novo relator

Depois de desistência de líder, Conselho de Ética escolhe deputado do PSC

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) escolheu ontem um novo relator para o processo de cassação que foi aberto contra o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB). Ele é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha armada durante o período em que foi chefe da Polícia Civil no governo de Rosinha Garotinho (PMDB). As acusações são fruto de investigação da Polícia Federal na Operação Segurança Pública S.A., na qual o ex-governador Anthony Garotinho também foi indiciado por formação de quadrilha armada. Eles negam envolvimento. Com a desistência da deputada peemedebista Aparecida Gama, que havia sido escolhida por sorteio anteontem depois que os membros do colegiado relutaram em assumir a tarefa, o cargo foi entregue ao deputado Audir Santana (PSC). Ele foi escolhido pelo presidente do Conselho de Ética, Paulo Melo (PMDB), que chegou a cogitar relatar o caso ele mesmo. Audir, que não tinha se oferecido para o posto por estar prestes a concorrer à Prefeitura de Itaboraí (RJ), afirmou que não poupará esforços para abreviar o processo contra Lins, que tem prazo oficial de 90 dias. Com o impasse em torno da escolha do relator, o deputado estadual André Corrêa (PPS) chegou a se oferecer para exercer a função. No entanto, como não é membro do Conselho de Ética, a proposta não foi aceita. A decisão do presidente do colegiado só foi tomada após uma conversa reservada com os parlamentares numa sala. Melo indicou a si mesmo como sub-relator do processo. Lins não foi encontrado ontem para ser notificado pelos emissários da comissão sobre a abertura do processo, o que impediu que começassem a ser contados os cinco dias para ele entregar sua defesa por escrito e indicar até dez testemunhas de defesa. Porém, o ex-chefe da Polícia Civil deve assinar a notificação amanhã. Mesmo assim, Melo decidiu publicar também amanhã, no Diário Oficial da Casa, comunicado para que o acusado não ganhe mais tempo. Aparecida Gama, que chegou a se mostrar desimpedida de relatar o caso contra Lins, alegou posteriormente conflito de interesses para desempenhar a função por ser líder do PMDB, partido do acusado. Ela pediu para abandonar a tarefa, sob pena de ter seu relatório desqualificado. Melo aceitou o pedido, mas desligou a deputada do Conselho de Ética, argumentando que ela teria o mesmo impedimento para votar.

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