Privatizações colocam candidatos em confronto no PR

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Por Evandro Fadel
Atualização:

A questão das privatizações ocorridas no Paraná nos últimos anos foi um dos pontos mais discutidos no debate entre os candidatos ao governo do Estado promovido ontem à noite pela TV Bandeirantes, em Curitiba. Os dois candidatos que lideram as pesquisas, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT), não fizeram perguntas entre si, em razão do formato do programa, mas não perderam a oportunidade de se atacar e colocar o adversário em saia justa ao questionarem outros pretendentes. Dias perguntou ao candidato do PSTU, Avanilson Araújo, sobre a privatização do Banco do Estado do Paraná (Banestado), que gerou uma dívida já paga de R$ 8 bilhões e tendo o mesmo valor ainda a ser pago. O objetivo era atingir Richa que, enquanto deputado estadual, votou favoravelmente à privatização do banco. Araújo não perdeu a oportunidade e também criticou Dias por ter como um de seus apoiadores o ex-governador Roberto Requião (PMDB). "Requião prometeu acabar com o pedágio, não acabou e ainda teve aumento de 80%", afirmou. O assunto também foi levantado para Richa em pergunta do próprio Araújo. Segundo o candidato do PSDB, a venda do Banestado foi uma necessidade, em razão da "situação falimentar" em que vivia. No entanto, ele garantiu que, caso eleito, não venderá nenhuma outra empresa. Mais tarde, Dias aproveitou um espaço para criticá-lo. "Hoje diz que vai defender a empresa pública, mas quando teve oportunidade de defender no voto não fez", afirmou. Por estar coligado com PT e PMDB que, no Paraná, sempre foi favorável ao Movimento dos Sem-Terra (MST), Dias foi questionado sobre como agirá na reforma agrária. "Sou pela obediência total à lei", declarou. No debate, os dois candidatos já deram uma pista de como deve ser o tom da campanha quando começar o horário gratuito. Dias procurou unir sua candidatura ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o ex-prefeito Beto Richa (PSDB) não perdeu oportunidades de citar sua administração em Curitiba como modelo a ser estendido ao Estado.

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