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Prisões não esgotam episódio da JBS, diz relator da CPI

A escolha de Carlos Marun (PMDB-MS) foi articulada pelo Planalto, ele é um dos membros da tropa-de-choque de Temer

Por Thiago Faria
Atualização:

BRASÍLIA - O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou nesta terça-feira, 12, que as prisões dos execuvitos Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, não esgota as investigações contra a empresa. Segundo ele, é preciso tratar o acordo de delação premiada "sem medo" na comissão. "Temos delatores presos, procurador pedindo prisão de procurador. Não podemos fazer vistas grossas a essa situação", afirmou Marun. "Existem atuações controversas de setores da PGR. Tem colega nosso que só de falar em procurador já tem medo. Esse não é o meu caso. Estamos aqui para avançar na verdade doa a quem doer", afirmou.

Deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A escolha de Marun foi articulada pelo Planalto para que a relatoria ficasse com alguém alinhado ao governo. O deputado é um dos principais integrantes da chamada tropa de choque do presidente Michel Temer no Congresso. Logo após o anúncio do nome de Marun, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) anunciou que deixaria a CPI. "Esta comissão não pode ser ajuste de contas. Isto deforma o sentido da investigação", disse Ferraço ao justificar a saída. "A atitude do senador Ferraço é baixa. Ele não me conhece", disse. "É uma atitude de alguém indigno. Acaba não fazendo falta nos trabalhos da CPI", rebateu Marun. O relator confirmou que pretende convocar na CPI os delatores da empresa de processamento de carnes, além do ex-procurador Marcello Miller, que é suspeito de ter orientado o acordo de delação enquanto ainda atuava na Procuradoria-Geral da República. 

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