Prévias tucanas serão acirradas e devem ir a 2º turno, diz dirigente municipal

Andrea Matarazzo, João Dória e Ricardo Tripoli concorrem à vaga de candidato do PSDB para a Prefeitura de São Paulo; eleição interna está marcada para 28 de fevereiro

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Por Ana Fernandes
Atualização:

A uma semana do prazo final para inscrições nas prévias na capital paulista, o presidente do diretório municipal, Mário Covas Neto, o Zuzinha, diz ver uma disputa acirrada no PSDB pela vaga para a sucessão do prefeito Fernando Haddad (PT). "A disputa se mostra até aqui bastante acirrada, com Andrea Matarazzo e João Dória muito próximos e Ricardo Trípoli, que se inscreveu por último, correndo um pouco atrás, mas podendo se tornar competitivo. Acho muito provável que tenhamos segundo turno", disse Zuzinha, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A eleição interna está marcada para 28 de fevereiro e, se nenhum candidato obtiver 50% mais um dos votos, o segundo turno está agendado para 20 de março. As prévias, no entanto, são polêmicas no PSDB. Em 2012, acabaram com um ar de 'para inglês ver' depois que o atual senador José Serra entrou na corrida de última hora.

Mário Covas Neto, o Zuzinha, em 2008 Foto: PAULO GIANDALIA|AE

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Para 2016, as discussões de prévias vêm desde o meio do ano passado. O prazo para inscrição de candidatos foi adiado duas vezes, de fim de agosto para outubro, de outubro para o prazo atual de 28 de janeiro, um mês antes do pleito.

Zuzinha nega que tenha sido procurado por qualquer cacique tucano para adiar novamente a eleição. "A essa altura, acho que isso não tem cabimento. Se alguém quiser propor isso, é preciso uma motivação cabível e teria que ser aprovado por todos os três já inscritos", afirmou. "Isso apareceu na mídia, mas me parece mais inconformismo de quem não esteja gostando das alternativas colocadas ou de alguém mais fraco na disputa querendo ganhar tempo".

Apontado nos bastidores como aliado de Matarazzo, Zuzinha diz não apoiar qualquer pré-candidato e se diz apenas entusiasta do mecanismo das prévias. Nas conversas que teve com Geraldo Alckmin, Zuzinha afirma que o governador não apontou também preferências. "Ele já se posicionou mais de uma vez e diretamente comigo que pode até ter maior afinidade com este ou aquele candidato, mas que não pretende apoiar formalmente nenhum deles. Ele quer ter uma postura mais aberta para se engajar após a escolha do nome."

Participação. Zuzinha recebeu do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a confirmação de 27 mil filiados do PSDB aptos a votar na prévia. Em 2012, eram 21 mil e cerca de 6,5 mil votaram. "Da última vez teve essa questão da entrada do Serra que desmotivou um pouco as pessoas", ponderou o dirigente municipal. "Neste ano, vamos conseguir uma participação maior. Se passarmos de 10 mil votantes vou ficar muito feliz, pois será uma mostra de engajamento."

Zuzinha relata que os pré-candidatos, em especial Doria e Matarazzo, inscritos há mais tempo, estão ativos na pré-campanha, tentando envolver os diretórios zonais. O presidente do PSDB municipal não acredita que, nesta última semana, haja o surgimento de um novo nome.

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Urnas. O PSDB municipal pediu ao TRE para usar as urnas eletrônicas do órgão. Zuzinha diz, no entanto, que já tem um 'plano B' caso o tribunal não ceda o equipamento. Ele prefere não dar detalhes antes de apresentar as propostas aos pré-candidatos, mas adianta que seria um sistema eletrônico com impressão do voto. "O importante é que seja algo confiável e auditável. No limite, se o TRE não der as urnas e não concordarmos sobre um sistema, pode ser no papel", afirmou. Zuzinha admite que o diretório corre contra o relógio para definir o formato nesta última semana antes do prazo de inscrições.

O diretório municipal cobrou R$ 30 mil de taxa de inscrição de cada pré-candidato, medida que foi alvo de críticas dentro do PSDB por reforçar a imagem elitista da legenda. Zuzinha argumenta que a cobrança dá "seriedade" ao interesse de cada candidato e ao processo das prévias como um todo. Além disso, ele defende que, mesmo não atrelada diretamente, a arrecadação das taxas ajudará a cobrir os custos da eleição. Em 2012, o processo custou cerca de R$ 300 mil, relata Zuzinha. Neste ano, ele espera uma despesa menor, mas ainda não tem uma estimativa, já que nem a forma de votação foi definida.