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Presos no caso Daniel revelam detalhes do crime

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois ladrões presos nesta sexta-feira forneceram detalhes à Polícia Civil que poderão levar ao esclarecimento da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Os policiais consideram as informações valiosas, mas não suficientes para encerrar o caso. "Ainda é cedo. Não tenho segurança. Estamos atrás de provas técnicas", declarou o delegado-geral, Marco Antonio Desgualdo. Policiais da Delegacia de Roubos a Banco do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic) prenderam os acusados. Eles chegaram aos cinco suspeitos, apontados como possíveis envolvidos no assassinato de Celso Daniel, após denúncia de um informante. Dois deles começaram a dar detalhes que chamaram a atenção dos investigadores chefiados pelo delegado Ruy Ferraz Fontes. Somente quem participou da perseguição à Pajero do empresário Sérgio Gomes da Silva, onde estava o prefeito, ou conhecesse quem executou o crime, poderia ter as informações. Os outros três fazem parte de uma quadrilha responsável por seqüestros relâmpagos. Os dois homens teriam declarado ao delegado Ferraz Fontes que o objetivo dos seqüestradores era conseguir dinheiro. Eles ignoravam que estavam levando para o cativeiro o prefeito de Santo André e teriam decidido matá-lo por causa da repercussão do crime. Os policiais da Roubos a Banco e o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, não confirmaram as informações sobre uma possível confissão dos suspeitos. Eles reiteraram ser preciso encontrar provas, porque o que existe são bons indícios. O diretor da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio do Deic, Emygdio Machado Neto, também não confirmou a informação sobre as confissões. "Estamos na linha certa para esclarecer o caso", disse. Ele informou ainda que o objetivo da polícia é localizar as provas para encerrar o inquérito. Os dois homens presos estão ligados ao cativeiro da Rua Guaicuri 80-F, na Favela Pantanal, Cidade Júlia, na divisa da zona sul da capital com Diadema. A prisão ocorreu em duas outras favelas próximas à Pantanal. Os cinco foram autuados em flagrante, acusados de porte ilegal de arma. Estavam com uma submetralhadora e duas pistolas, mas nenhuma de calibre 9 milímetros, como a usada para matar Daniel. Além das armas, a polícia apreendeu com os acusados tíquetes-refeição que podem ter sido roubados. Os policiais procuram outras pessoas do grupo de seqüestradores. De acordo com informações levantadas pela investigação, pelo menos sete homens participaram do assassinato de Daniel, todos moradores da Favela Pantanal. Com os cinco suspeitos está preso Manoel Dantas Santana, de 30 anos, morador da Pantanal e denunciado como membro da quadrilha de seqüestradores. Ele é apontado como freqüentador do salão que a polícia disse ser o cativeiro de Daniel. Com prisão temporária decretada, Santana negou ter participado do crime.

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