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Preso na Operação Diamante é processado nos EUA

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Por Agencia Estado
Atualização:

Nem mesmo a Polícia Federal tem, em números, a dimensão da importância de Leonardo Dias Mendonça no narcotráfico internacional. Considerado um dos maiores traficantes do mundo, Léo, como é chamado, está sendo processado também pela DEA, a agência antinarcóticos dos Estados Unidos e, até mesmo, na Holanda. A movimentação de seu grupo, segundo avaliação de investigadores, é muito superior à de Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar". "Seus negócios envolvem toneladas de cocaína, não quilos", afirma um dos investigadores. Mas o homem simples, apaixonado por vaquejada, um torneio semelhante aos rodeios, realizada no interior do Tocantins e Pará, era o criminoso mais visado pela PF. E sua prisão aconteceu quase por acaso. Léo viajou de Tucumã (PA) para Goiânia para depor em um processo ambiental, mas encontrou sua prisão preventiva decretada pelo juiz federal José Godinho Filho, justamente por tráfico de drogas. Com ele, a PF mandou outras 15 pessoas para a cadeia e ratificou a prisão temporária de outros 22 traficantes, entre eles Beira-Mar. Uma pessoa continua foragida. O esquema de Léo é diferente do de Beira-Mar, apesar de usarem estruturas semelhantes e, até pouco tempo, operarem juntos. Mas uma dívida de US$ 1,3 milhão contraída por Leonardo colocou-o sob ameaça de morte por Fernandinho, que prometeu também executar sua família. Léo criou a Rota do Caribe, depois de descobrir que era mais lucrativo troca armas contrabandeadas do Paraguai e da Ásia por cocaína com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A droga é enviada para os Estados Unidos e Europa via Suriname e Guiana. A droga de Beira-Mar também vem da Colômbia, mas antes de chegar ao Brasil é enviada ao Paraguai, retornando ao País em seguida. Há dois anos, a Operação Tornado, realizada em diversos Estados, colocou o traficante na cadeia. Mas foi por pouco tempo, já que ele foi libertado por força de um habeas-corpus. Em troca, processou dois delegados que o investigaram. Desta vez, a PF foi mais adiante, conseguindo associar, definitivamente, Léo a Fernandinho Beira-Mar e, possivelmente, a autoridades. Dias Mendonça trabalha em família. Um de seus irmãos, Hélder, é seu cúmplice, enquanto outro, Alencar Dias, está preso no Suriname por tráfico. Mas seu braço direito é Luiz Antônio Gonçalves de Abreu, que cuida da contabilidade da quadrilha e que também foi preso nesta segunda-feira, em Goiânia.

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