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Preso mais um sem-terra acusado por morte em PE

Outros dois membros do MST, que teriam feito disparos, seguem foragidos

Por Angela Lacerda
Atualização:

A polícia prendeu ontem Severino Alves da Silva, o terceiro integrante do Movimento dos Sem-Terra (MST) suspeito de ter participado da morte, a tiros, de quatro seguranças da Fazenda Jabuticaba, no último dia 21, em São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano. Outros dois, apontados como os autores dos disparos - Antonio Honorato da Silva e um identificado apenas como Romero -, continuam foragidos. Todos estão com prisão preventiva decretada. De acordo com o delegado Luciano Francisco Soares, Severino foi localizado na casa onde mora no município vizinho de Agrestina, a 27 quilômetros do local do crime. Com ele a polícia encontrou - e apreendeu - uma moto verde que teria sido usada na perseguição de dois dos seguranças mortos. A operação que culminou na prisão do sem-terra teve a participação de 45 policiais civis e 40 policiais militares. Severino foi encaminhado, depois de fazer exame de corpo de delito, ao presídio de Caruaru, no agreste, onde se encontram os dois sem-terra presos em flagrante no dia da chacina: Aluciano Ferreira dos Santos e Paulo Alves Cursino. ALVO A Fazenda Jabuticaba foi alvo de nove reocupações nos últimos cinco anos e começou a ser vistoriada nesta semana pelo Incra, depois de um acordo com o ouvidor agrário nacional, Gercino Silva. Os herdeiros da propriedade afirmam que sua área é de 247 hectares - o que a torna imune à reforma agrária -, enquanto o MST afirma que ela tem cerca de 800 hectares (passível de desapropriação, se improdutiva). As mortes ocorreram depois da saída dos sem-terra da área, por força de reintegração de posse, quando cinco seguranças da fazenda teriam ido reaver fotos tiradas pelos trabalhadores em que eles apareciam armados.

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