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Presidente promete buscar superávit de 0,7%

Dilma afirma em entrevista que meta será cumprida e que, para isso, vai enviar ao Congresso propostas de corte de gastos e aumento de receita

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Por Redação
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde da última quarta-feira, 9, que será cumprida a meta de superávit primário das contas públicas no ano que vem, estimado em 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), e prometeu encaminhar propostas ao Congresso para garantir esse objetivo.

Serão medidas para cortar gastos e aumentar receitas, disse a presidente em entrevista ao Valor Pro, do jornal Valor Econômico. O governo tem estudado o aumento de alíquotas de tributos como forma de elevar a arrecadação e na tentativa de cobrir o rombo do Orçamento de 2016.

Presidente Dilma Rousseff Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Na semana passada, Dilma colocou em prática uma operação de apoio ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que esperava "consolidar" uma proposta orçamentária que indique, por meio de corte de gastos e aumentos de arrecadação, que a meta de superávit de 0,7% do PIB do ano que vem será atingida. Depois de uma reunião entre presidente e ministro no Palácio do Planalto, o governo anunciou que Levy permaneceria no cargo após Dilma ter se comprometido com a manutenção da meta de superávit.

No encontro, a presidente deixou claro que o governo alteraria a peça do Orçamento do ano que vem, enviada ao Congresso com um déficit inédito de R$ 30,5 bilhões, como defendia o ministro da Fazenda.

Grau de investimento. A entrevista de Dilma foi feita ontem à tarde - no início da noite, após o fechamento dos mercados, a agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's retirou do Brasil o grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador que dá confiança aos investidores para aplicar dinheiro em um país.

Além de cortar a nota de BB+ para BBB-, a S&P manteve a perspectiva negativa, num sinal de que pode rebaixar ainda mais a classificação brasileira. O País, porém, ainda mantém a nota de grau de investimento das agências Fitch e Moody's.

Além da crise fiscal e falta de perspectiva de melhora das contas públicas, pesou na decisão da agência a crise política, sem sinais de melhora, segundo avaliação da agência.

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"Os desafios políticos do Brasil continuam a aumentar, pesando sobre a capacidade e a vontade do governo em apresentar um Orçamento para 2016 ao Congresso coerente com a correção política significativa sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff", afirmou a agência S&P ao justificar o rebaixamento da nota do Brasil.

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