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Bolsonaro pede que Senado siga voto da Câmara: ‘Toque o barco’

Medida provisória aprovada por deputados reduziu número de ministérios, mas tirou Coaf do Ministério da Justiça

Foto do author Amanda Pupo
Foto do author Daniel  Weterman
Por Amanda Pupo (Broadcast) e Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA –  O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quinta-feira, 23, que o Senado aprove o texto da medida provisória que reduziu o número de ministérios do jeito que passou pela Câmara. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente disse que era preciso “tocar o barco”.

“No meu entender deve votar (no Senado) o que foi aprovado na Câmara. O parlamento tem legitimidade para mudar essas questões”, afirmou o presidente. Ele minimizou a retirada do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça, considerada uma derrota para o governo. “Continua no Executivo”, disse. O PSD de Kassab vota em peso a favor de Moro e surpreende governo, mas o órgão voltará à alçada do Ministério da Economia.  

Bolsonaro minimizou mudança do Coaf para a Economia Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O pedido de Bolsonaro ocorreu horas após o líder do governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), afirmar que apresentará uma emenda para que o Coaf fique sob o controle do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Há uma preocupação no Palácio do Planalto de que a MP perca a validade e o governo tenha que voltar à estrutura que existia no governo de Michel Temer, com 29 ministérios. Isso porque, caso haja qualquer emenda no Senado, o texto terá de passar por nova votação na Câmara. O prazo para que a medida seja aprovada é o dia 3 de junho. Bolsonaro disse que não tem controle sobre a bancada do seu partido, mas que faria um apelo para que não atrapalhassem a aprovação.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que fará um apelo aos líderes partidários para que não mexam no texto votado na Câmara e arrisquem fazer o governo perder a reforma administrativa.  “A gente acaba correndo um risco de, a partir de um destaque em relação à qualquer item, cometer uma injustiça com o governo que tem a legitimidade de fazer a sua estrutura da forma como veio escrito na redação da MP”, disse Alcolumbre.

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