
28 de janeiro de 2010 | 10h42
O médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 28, que ele está bem, mas "muito cansado". Kalil Filho recebeu Lula no Pavilhão das Autoridades do Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e conversou rapidamente com ele. De acordo com o médico cardiologista, Lula teve um aumento de pressão arterial na noite da última quarta-feira, 27, que foi controlado com remédios ainda no Recife, onde o presidente estava.
"Fizeram uma avaliação clínica no Recife e acharam por bem dispensá-lo porque estava tudo bem", disse Kalil Filho. "O presidente está bem cansado, assim como eu, pois não dormimos a noite inteira. O presidente é uma pessoa saudável", afirmou. De acordo com o médico, o exame de saúde geral de Lula estava previsto para ocorrer no início do ano e deve ser realizado nos próximos dias.
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Lula chegou à capital paulista, por volta das 11 horas desta quinta-feira. Ao contrário do que estava previsto, ele deslocou-se de carro até São Bernardo, e não de helicóptero. De acordo com a assessoria do governo, Lula está com a pressão arterial regularizada e ficará em repouso no fim de semana, apenas por precaução. O presidente desceu do avião presidencial e caminhou até o carro que o leva para a cidade. Segundo os assessores, Lula não se queixou de nenhuma indisposição durante o voo.
O médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que atende o presidente, chegou às 10h40 ao Pavilhão de Autoridades do aeroporto para recebê-lo. Kalil Filho confirmou que Lula deve passar por um check-up no fim de semana, "nem que seja amarrado pela orelha". A Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República não confirmaram a informação. De acordo com a assessoria do hospital Sírio Libanês, o presidente Lula não fez exames de check-up no hospital no ano passado e também não tinha marcado nada para 2010.
Todos os compromissos do presidente foram cancelados, inclusive sua viagem a Davos, na Suíça, onde participaria do Fórum Econômico Mundial e receberia o prêmio de Estadista Global. Lula será representado em Davos pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
O mal-estar teve início na tarde de quarta-feira, 27, enquanto ele participava de uma cerimônia em homenagem às vítimas do Holocausto. Lula confidenciou a auxiliares que se sentia muito cansado e passou a ter a pressão monitorada pelo médico Cléber Ferreira, que costuma acompanhá-lo nas viagens oficiais.
Ferreira afirmou que a crise hipertensiva de Lula foi um caso atípico, que não condiz com o padrão de saúde do presidente. "Foi um quadro esporádico. Ele não é hipertenso e a pressão dele é absolutamente normal, sempre foi. Para uma pessoa na idade dele, a pressão dele é invejável: 110 x 80. Então, a gente sabe que foi um quadro esporádico", afirmou o médico.
Ele atribuiu a crise a um "conjunto de fatores", mais especificamente estresse, cansaço e uma gripe. "Foi um pouquinho de cada coisa", disse. "Mas a pressão dele se normalizou rapidamente, quase sem nenhuma medicação", completou o médico, detalhando que administrou um diurético ao presidente. "Isso mostrou o quadro benigno do caso dele."
O médico disse que a viagem do presidente a Davos foi cancelada quando ele já se encontrava dentro do avião. "Foi por ordem médica que ele não viajou", contou. Segundo ele, Lula insistiu até o último minuto em decolar com destino a Zurique, de onde viajaria novamente de trem ou de helicóptero para chegar à cidade que serve de sede ao fórum.
Atualizado às 12h77, com informações de Anne Warth, da Agência Estado
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