PUBLICIDADE

Presidente do TRE-RJ diz que não é preciso tropa federal

PUBLICIDADE

Por Talita Figueiredo
Atualização:

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ), desembargador Roberto Wider, disse hoje que ainda não há necessidade de pedir o envio de tropas federais para assegurar a campanha eleitoral no Estado porque pode haver uma certa "politização" da questão da segurança nas eleições. Wider confirmou que o TRE/RJ recebeu mais de 20 denúncias anônimas de que há pelo menos sete áreas da capital fluminense, dominadas por traficantes ou milicianos, em que candidatos teriam dificuldade de entrar para fazer campanha e eleitores seriam constrangidos, mas declarou que "a questão do tráfico e das milícias não é nova". Amanhã, ele reúne-se com a cúpula da Secretaria de Estado de Segurança do Rio para tratar do assunto. Além das denúncias recebidas pelo tribunal, a polêmica sobre a falta da segurança nas eleições fluminenses ficou latente no sábado, quando jornalistas de três meios de comunicação social do Estado foram obrigados por traficantes armados da Vila Cruzeiro (Penha, zona norte da capital) a apagar as imagens registradas durante campanha do candidato a prefeito Marcelo Crivella (PRB), em que ele aparecia cumprimentando supostos traficantes. As fotos foram recuperadas por um programa especial de informática e publicadas. Dois dias antes, a polícia encontrou na Favela da Rocinha (São Conrado, zona sul) uma espécie de ata de uma suposta reunião na comunidade, que teria sido redigida por traficantes, em que se determinava "todo empenho para o candidato da Rocinha". Desde o dia 6, quando a campanha para prefeito e vereador começou, oficialmente, o TRE-RJ recebeu mais de 20 acusações. Rocinha, complexo de favelas da Penha (em especial Vila Cruzeiro) e Morro do Vidigal são as áreas dominadas pelo tráfico citadas nesses informes. Os locais controlados por milicianos, todos na zona oeste, são favelas de Santa Cruz, Jacarepaguá, Rio das Pedras (uma comunidade de Jacarepaguá) e Carobinha. Esta última seria controlada pela Liga da Justiça, milícia que, de acordo com a polícia, é comandada pelo vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), mais conhecido como Jerominho, e o irmão dele, o deputado estadual Natalino José Guimarães (DEM). Presos Jerominho e José Guimarães estão presos. A quadrilha é acusada pela Polícia Civil de 98 assassinatos. "A questão da milícia, a questão do tráfico no Rio de Janeiro, não é de hoje, não é nova. Só que estamos verificando, e agora ficou mais latente que eles estão entrando na atividade pública também e buscando criar representantes dessa atividade fora da lei e trazendo para dentro do governo de maneira geral", disse o presidente do TRE/RJ.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.