Presidente do TJ de SP diz que não abre mão de ´direito´

Limongi desafiou o CNJ e disse que ´não existem marajás´ entre juízes paulistas

Por Agencia Estado
Atualização:

Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo - o maior do País, com dois mil juízes -, o desembargador Celso Limongi desafiou nesta quarta-feira o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que fixou em R$ 22, 1 mil os vencimentos dos magistrados nos Estados e mandou cortar valores que excedam esse teto. "Não abrimos mão de direitos irredutíveis, mas que são desprezados por instâncias superiores", disse o desembargador. "Posso assegurar que essas tentativas serão infrutíferas." Limongi declarou que "tal violação não aconteceu nem mesmo no movimento militar de 64". Apontando suas críticas diretamente para o CNJ, ele denunciou que a Justiça nos Estados é alvo de "levianos, mentes sublunares". Afirmou que "segmentos comprazem-se em desfechar uma blitz contra a magistratura estadual". Limongi disse que "não existem marajás" entre os juízes paulistas. Cruzada O desembargador fez o longo desabafo, o mais incisivo desde que o CNJ deu início à ofensiva contra os supersalários da toga, durante a solenidade de abertura do ano Judiciário em São Paulo, que ocorreu na tarde desta quarta-feira no Salão dos Passos Perdidos, piso térreo do tribunal, centro da Capital. Ao lado do governador José Serra (PSDB), que o aplaudiu, ele disse que "idéias obtusas de obscurantistas, condutas que se aproximam do paroxismo, atacam como nunca a Justiça dos Estados, a mais antiga e tradicional do País, buscando desqualificá-la ou reduzir sua importância". Celso Limongi aderiu à cruzada do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). No início da semana, o ministro do STF elogiou "a resistência do presidente do TJ paulista" e propôs trocar de salários com os deputados. "Eu também trocaria, com a maior facilidade, iria ganhar muito mais", endossou o desembargador. "Se eu tivesse o ordenado de um deputado federal teria muitas outras verbas." "Há novos arautos da moralidade que mais parecem os habitantes da caverna de que falava Platão, confundindo com a verdade as sombras projetadas nas paredes", insistiu Limongi.

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