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Presidente do STF ironiza colegas e FHC

Por Agencia Estado
Atualização:

Numa provocação aos integrantes do Supremo Tribunal Federal que votaram hoje a favor da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) do plano de racionamento, apresentada pelo governo, o presidente do STF, Marco Aurélio Mello, disse que seu voto não era sociológico e que não abandonaria a Constituição para tentar corrigir um mal maior que é o problema da distribuição de riqueza. O presidente do STF discutiu com o ministro Nelson Jobim, que antes de chegar ao Supremo foi ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso. Ao ser contrariado por Jobim, Marco Aurélio afirmou: "Não estou votando sociologicamente; Vossa Excelência falou em rico, falou em pobre". Em outra passagem, o presidente do STF disse: "A minha ferramenta é outra, é a Constituição da República". Marco Aurélio criticou a utilização no julgamento de argumentos não jurídicos para manter o plano. Irritado, ele chegou a dizer que daqui a pouco poderão culpar os usuários pela crise na energia. ?Talvez por não ter atuado (o povo) nas eleições como deveria?, provocou para depois esclarecer: ?Sou favorável à alternância, sou contra a reeleição.? O ministro Sydney Sanches foi claro ao justificar seu voto: "Se o tribunal deferir a cautelar (contra o plano), o povo não vai acreditar que deva levar a sério isso; se disser que é inconstitucional, o povo não vai mais cumprir". Nesta sexta-feira, os ministros do Supremo deverão julgar os pedidos de liminar feitos nas três ações diretas de inconstitucionalidade (adins) movidas por partidos políticos e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) contra o plano de racionamento. Mas a expectativa sobre o julgamento diminuiu muito com a decisão de hoje.

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