
22 de setembro de 2017 | 22h26
Atualizado 23 de setembro de 2017 | 13h55
BRASÍLIA - O presidente do PSB, Carlos Siqueira, chamou de “passantes” os parlamentares do partido que estão migrando para o DEM e para o PMDB. O assédio a políticos do PSB, nos últimos dias, serviu como pano de fundo para as ruidosas críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que acusou o PMDB de dar uma “facada nas costas” do DEM.
“Parlamentares socialistas jamais cogitariam ir para o DEM ou para o PMDB, nas condições em que se encontra, para apoiar o governo de um cidadão chamado Michel Temer”, afirmou Siqueira. “São passantes que passam por diferentes partidos”, emendou ele, ao lembrar que o senador Fernando Bezerra Coelho (ex-PSB e hoje no PMDB) já foi filiado a diversas siglas.
Em tom de ironia, Siqueira disse ser “natural” que as pessoas se aproximem de quem têm mais afinidade. “O que não podem é transformar o programa e a ideologia de um partido de 70 anos, como o PSB, em uma tese liberal-conservadora”, provocou. “Eles estão no caminho certo. É lá mesmo (no DEM e no PMDB) que têm de ficar.”
A cúpula do PSB orientou os seus deputados a votarem pela admissibilidade da primeira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, por corrupção passiva, mas nem todos concordaram. Em 2 de agosto, dia da votação no plenário da Câmara, a bancada rachou. Foram 22 votos do PSB a favor do prosseguimento do processo, 11 contrários e duas abstenções.
Na avaliação de Siqueira, a segunda denúncia encaminhada à Câmara - agora por organização criminosa e obstrução da Justiça - agrava a situação do presidente. "É claro que a orientação é para que os deputados do PSB votem contra Temer novamente. O estranho seria se fizéssemos o contrário", disse ele.
Diferentemente do publicado inicialmente no texto, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, chamou de "passantes", não de "farsantes", os parlamentares do partido que estão mudando de legenda.
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