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Presidente do PFL critica política externa brasileira

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), criticou hoje a política externa do Brasil e os rumos dados às negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). ?A diplomacia moderna é a de resultados e não a terceiro-mundista. O Brasil, pretensamente liderando o Mercosul, insiste em fazer uma Alca à "la carte", o que é impossível. O certo seria entregar a negociação aos exportadores brasileiros, aí teríamos resultados". Desde novembro, quando os 34 sócios concordaram com uma Alca em duas etapas ? um acordo geral pouco ambicioso, seguido por acertos bilaterais ou plurilaterais entre os parceiros interessados em aprofundar temas específicos ? as negociações praticamente emperraram. Em fevereiro, os Estados Unidos e mais 13 países tentaram convencer o Mercosul a tornar esse acordo geral mais substancioso. A reunião, realizada em Puebla, acabou sem consenso. Na semana passada, em uma tentativa de buscar uma solução, novamente o Mercosul e os Estados Unidos bateram de frente. Por enquanto, não há nenhuma expectativa de retomada das negociações. O presidente da comissão especial da Alca na Câmara, deputado federal José Tomás Nonô(AL), está temeroso com o desenrolar das negociações. Depois de conversar com o chanceler Celso Amorim sobre as dificuldades nas negociações, Nonô afirmou que o Brasil precisa modernizar sua política externa. ?O Brasil precisa acabar com esse complexo de pigmeu e mudar essa política que atrapalha os setores competitivos da nossa economia e protege os mais atrasados. Com essa política, o governo está prejudicando toda a sociedade brasileira, que poderia estar exportando mais e tendo acesso a serviços melhores com preços mais baixos?, disse o deputado. Para Nonô, a linha de ação brasileira colabora para refrear o avanço das negociações. ?O governo brasileiro confunde negociação comercial com invasão. Em comércio exterior, não se pode ter o melhor de dois mundos: para ter acesso ao mercado deles, teremos de abrir o nosso, e não há nada de errado nisso?, analisa o deputado. Nonô acredita que dificilmente haverá avanços nos próximos meses. ?Pelo menos até as eleições norte-americanas, ninguém deve mexer em nada. Depois que isso passar, para termos avanços, o Brasil vai ter de mexer em sua política externa?, afirma o deputado.

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