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Presidente deve falar hoje em público sobre o tema

Por Tania Monteiro
Atualização:

Atendendo ao pedido dos comandantes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aproveite a solenidade de hoje, no Planalto, de apresentação dos oficiais-generais promovidos, para encerrar a polêmica criada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que defende a punição para militares que praticaram atos de tortura. "É preciso acabar com isso. Encerrar este assunto. Não podemos ter conduta de escalada das tensões", afirmou ontem Jobim, durante viagem à Amazônia, onde foi acompanhar a operação militar Poraquê. A intenção, apurou o Estado no Planalto, é que o presidente fale em público sobre o tema, mas não em um discurso oficial na cerimônia de hoje, o que daria tom institucional às declarações. O mais provável é que Lula exponha sua posição em respostas aos meios de comunicação, nas entrevistas que concede ao final das solenidades. Os militares entendem que só assim a polêmica seria definitivamente encerrada. Jobim descartou qualquer possibilidade de o comandante militar do Leste, general Luiz Cesário da Silveira, e de o chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, general Paulo César Castro, que participaram do seminário, no Clube Militar, na semana passada, no Rio, serem punidos. No encontro, as propostas e declarações de Tarso foram duramente criticadas. Desde a semana passada, os militares pressionam Jobim para que Lula, como comandante-em-chefe das Forças Armadas, determine a Tarso que pare de criar polêmica, conforme antecipou o Estado na edição de domingo. Lula já havia pedido a Tarso que não aprofundasse a polêmica, mas o ministro continuou alimentando o debate com declarações à imprensa, o que desagradou a Lula.

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