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Presidente de El Salvador diz que torce por Dilma Rousseff

Maurício Funes estava preocupado com fim do mandato de Lula e gostaria que ele seguisse governando o País

Por Tania Monteiro
Atualização:

O presidente de El Salvador, Maurício Funes, disse, em discurso no palácio presidencial, após assinar acordos bilaterais com o Brasil, que estava preocupado com o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que gostaria que ele continuasse governando o País. Em seguida, emendou defendendo a vitória da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Eu também estou torcendo para que ela ganhe as eleições", declarou Funes, ao citar que o presidente Lula, durante seus encontros, lhe deu "a grande notícia que a ministra Dilma está só a sete pontos de diferença do Serra (José Serra, possível candidato do PSDB)".

 

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Lula, por sua vez, ao comentar que Funes estava perto de completar um ano de mandato, recomendou que ele tenha sempre "muita paciência" e que "conte até dez muitas vezes, sempre que for preciso", lembrando que as cobranças vêm não só dos adversários, como dos aliados, que querem pressa nas decisões.

 

"Você vai ter momentos muito difíceis porque tem gente que não gosta de esperar. Tem gente que não tem paciência, que acha que as coisas têm de acontecer no tempo que eles querem. As coisas não acontecem no tempo em que a gente quer, mas no que têm de acontecer", disse.

 

Lula acrescentou ainda que é preciso ter paciência para que a sociedade fique madura. "Os conservadores, que tiveram medo da sua eleição, e aqueles companheiros que estavam muito à esquerda, que achavam que tudo resolve com grito, com passeata, vai ver que tem de ter um tempo para as coisas acontecerem".

 

Lula recordou que viveu momentos difíceis com a desconfiança de setores conservadores e da esquerda, mas que, com paciência, com democracia, as coisas foram se resolvendo. O presidente brasileiro comentou ainda que muitos dos acertos vieram também porque "nunca exercitamos o ódio, e nunca nos negamos a conversar com quem quer que seja". E ensinou: "para nós, uma hora a mais de reunião não nos cansavam. O importante era chegar ao consenso".

 

Pouco antes, brincou que Maurício Funes, ao assumir o cargo, deve ter visto que as coisas não são como esperamos. "Quando ganhamos as eleições, a gente pensa que manda alguma coisa. Aí aparece um tal de cerimonial, que não foi eleito, mas que escolhe a cadeira onde a gente senta. Depois, vem a seguridade (segurança), que decide até os passos que damos e não temos o poder que achávamos que íamos ter quando assumimos", comentou.

 

Por fim, ao falar sobre a necessidade de aumentar o comércio com El Salvador, Lula defendeu a sua política de ajuda aos países mais pobres da região. "O Brasil precisa aprender que uma economia pujante como a brasileira tem de ser generosa e flexível, e precisa facilitar o credito a países menores", declarou Lula, avisando que "não queremos apenas vender para El Salvador, mas financiar a indústria brasileira em El salvador, com parceria, para ter uma balança comercial mais equilibrada e para que não haja déficit contra a economia mais pobre, por isso precisamos ajudar os países mais pobres".

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