Presidente das CPIs pede que PF investigue suspeita de combinação

Senador Vital do Rêgo, do PMDB, entregou ontem ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, no qual solicita apuração do caso

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Por Ricardo Brito
Atualização:
Ministro Vital do Rêgo Foto: Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA - Os presidentes das CPIs da Petrobrás, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciaram ontem medidas para investigar as suspeitas de que houve uma combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e a cúpula da estatal.

Vital do Rêgo pediu ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, que investigue as suspeitas sobre o acesso às perguntas de forma antecipada. Ontem de manhã, Vital entregou pessoalmente ao diretor-geral da PF um ofício no qual pede a investigação do caso.

Renan disse ter determinado a abertura da apuração interna para esclarecer todas as responsabilidades do episódio, mas negou que haja necessidade de suspender os trabalhos durante as investigações.

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Também ontem o PT anunciou que vai instalar hoje à tarde uma CPI mista para investigar irregularidades nas obras do Metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Trata-se de uma resposta à estratégia da oposição de aproveitar a denúncia da combinação na CPI da Petrobrás no Senado segundo a qual funcionários da estatal entregaram previamente as perguntas que seriam feitas a ex-membros e integrantes da cúpula da estatal nas sessões da comissão.

A decisão do PT foi tomada após um dia repleto de troca de acusações. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu a atuação do relator da CPI, senador José Pimentel (PT-CE). "A CPI era parte de uma estratégia política da oposição para desqualificar o governo e atingir a presidenta Dilma", criticou, ao destacar que não havia razão para abrir uma CPI, uma vez que os casos que envolviam a Petrobrás estavam sob a investigação de outros órgãos. Para ele, o vídeo divulgado pela revista Veja que sugere a combinação é um "ajuntamento de tolices". "É um factoide", disse o ex-líder do PT no Senado Wellington Dias (PI).

Humberto Costa afirmou que não há crime na troca de informações entre as assessorias da CPI e da Petrobrás. "Isso acontece em qualquer CPI, qualquer comissão. É absolutamente normal e natural."

Aeroporto. Os petistas cobraram ainda investigação de casos envolvendo o PSDB, como o do aeroporto de Cláudio (MG), construído na propriedade de um parente do candidato tucano ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, e o do cartel do Metrô em São Paulo.

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O líder do PSDB no Senado e candidato a vice na chapa de Aécio Neves (PSDB), Aloysio Nunes, rebateu os petistas e disse que quem está "pastando" na Petrobrás é quem está promovendo negócios lesivos na estatal. O tucano disse que a combinação das perguntas e respostas tem por objetivo blindar a presidente Dilma Rousseff. "O Senado foi aviltado", disse.

O presidente do DEM e coordenador-geral da campanha de Aécio, Agripino Maia (DEM-RN), afirmou que os fatos não foram criados pela oposição.

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