Presidente da Funai entrega o cargo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Funai, Eduardo Almeida, espera ler no Diário Oficial da União sua exoneração. Um mês depois de ouvir a insatisfação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com a sua atuação, Almeida foi chamado ao ministério, semana passada. Ouviu de Bastos o pedido para que deixasse o cargo. "Escrevi uma carta colocando meu cargo à disposição, mas disse que, se ele quisesse, que me exonerasse. Havia assumido um compromisso com o partido, tinha de ficar claro que minha saída não era de espontânea vontade." O ministro foi lacônico ao justificar sua decisão: "Ele não estava se alinhando comigo." Almeida não escondeu o ressentimento. E antes mesmo de engrossar as estatísticas de desempregados, como disse, saiu atirando contra o governo. Classificou como "absurda" a alegação de que sua saída era por problemas de estilo. "Se a moda pega, estamos perdidos. Principalmente num regime democrático. Não conheço estilo, mas profissionalismo, honestidade, obediência ao governo." As notícias do descontentamento de Bastos não vêm de hoje. Havia informações de que o ministro incomodava-se com o fato de Almeida ficar pouco tempo na sede da Funai. Além de alguns grupos indígenas, governadores descontentes com a política de demarcação de terras também faziam pressão. Almeida tem outra versão. "A crise foi fabricada. O governo, por ser novo, talvez tenha ficado impressionado com a pressão feita por políticos." Ele disse lamentar, ainda, que o governo não tenha ouvido especialistas sobre o assunto.

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