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Presidente da CNBB pede punição para corruptos

Por Ligia Formenti
Atualização:

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Lyrio Rocha, cobrou ontem punição para os acusados de corrupção no País e disse que o sistema de voto secreto no Congresso, que permitiu a absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é um "abuso ao regime democrático, um desrespeito ao sistema republicano". As afirmações foram feitas ao comentar as razões que levaram a CNBB a integrar o movimento para acabar com essa forma de votação. Para o vice-presidente da CNBB, Luiz Soares Vieira, todo senador tem direito de votar de acordo com sua consciência e não merece pressões injustas. "Mas o voto secreto não poder ser uma maneira de esconder a covardia", completou. Ele frisou que todos têm direito de saber como votaram os políticos. "Voto secreto é estranho à democracia. Seria um avanço o fim desse sistema", disse o vice-presidente da entidade, um dia depois da aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de projeto de lei que trata do assunto. Analistas opinam, porém, que dificilmente a proposta permanecerá intacta. IMPUNIDADE O presidente da CNBB falou ainda da necessidade de garantir a punição de culpados por atos de corrupção. "Hoje a impunidade acaba servindo de estímulo para que novas ações de corrupção", completou. A CNBB divulgou um documento em que considera o segundo mandato de Lula ainda mais fechado ao diálogo com setores sociais. Pela análise, há uma diferença entre o candidato da Frente Popular de 1989 e o atual presidente. "Não defendemos um regime democrático de mera formalidade. Queremos uma democracia efetivamente participativa." D. Lyra Rocha sugere que a população continue organizada e se manifestando: "Só assim garantiremos a democracia autêntica e o exercício pleno de cidadania."

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