Presidente da Câmara prefere se omitir no caso Novais

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Por DENISE MADUEÑO
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Preocupado em conseguir votos para comandar a Câmara a partir do próximo ano, o presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), preferiu se omitir no caso do uso indevido de verba indenizatória pelo deputado Pedro Novais (PMDB-MA), indicado ministro do Turismo do futuro governo. O PMDB também deu sinais de que prefere adotar a tática de "esperar para ver como fica".Um dirigente peemedebista afirmou que o partido não tomará a iniciativa de se explicar à presidente eleita nem de trocar o nome do indicado para o ministério. Segundo esse dirigente, se houver agora algum veto a Novais, terá de partir de Dilma. A bancada do PMDB tem preferido levar o assunto para o lado da pilhéria, pelo fato de Novais, 80 anos, promover uma festa no motel com um grupo de casais.Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo revela que o futuro ministro do Turismo, Pedro Novais, pediu à Câmara ressarcimento de R$ 2.156 gastos em um motel em São Luís. A nota foi apresentada na prestação de contas dos recursos da verba indenizatória do mês de junho. A verba é para pagar despesas com o exercício do mandato parlamentar no Estado. De acordo com informações da gerente do motel, ouvida pela reportagem, o deputado alugou um quarto para fazer uma festa com vários casais presentes.O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), responsável pela indicação de Novais para o primeiro escalão da presidente eleita, Dilma Rousseff, disse que Novais "está esclarecendo o fato de maneira competente" e que não tem de procurar a presidente para dar explicações.O presidente da Câmara, Marco Maia, questionado sobre a atitude que a Casa tomaria sobre o desvio no uso do dinheiro público, disse que a preocupação dele é em construir um acordo com os partidos para a eleição da Mesa, no qual todas as siglas sejam representadas proporcionalmente ao tamanho das bancadas eleitas em outubro. "Nós agora estamos preocupados e focados com o tema que diz respeito à construção de um processo que seja mais aberto e mais transparente e que garanta a representação de todos os partidos", disse.O PMDB, partido de Novais, é o principal aliado do PT para eleger Maia em 1º de fevereiro, quando será iniciado o novo mandato parlamentar e os deputados eleitos tomarão posse. O PT e o PMDB dividiram o comando da Casa. Pelo acordo, o primeiro biênio será presidido por Maia e o segundo por um peemedebista, cujo nome já lançado é o do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

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