Presidenciáveis do PT montam agenda para inaugurações

Preferida de Lula, Dilma inicia no dia 6 maratona de entrega de obras do PAC

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Por João Domingos
Atualização:

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, inicia sua campanha à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 dias. Sem a presença do seu padrinho, Dilma acionará no dia 6 a perfuradora que cavará o túnel para a extensão do metrô entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ao longo do ano, manterá o périplo em inaugurações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual é a comandante. Ela segue um conselho do próprio Lula: "Torne-se mais conhecida". A idéia de Dilma, de fazer inaugurações sem o presidente, porém, não é exclusiva. Como Lula ainda não fez a ela o convite oficial para concorrer à Presidência, os ministros da Educação, Fernando Haddad, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, guardam alguma esperança de entrar na disputa. Haddad, por exemplo, montou um cronograma de inauguração de escolas técnicas federais neste ano. Serão 89 estabelecimentos no Nordeste, 19 no Sudeste, 16 no Sul, 12 no Norte e 9 no Centro-Oeste. Se a condição de reserva da preferida não der resultado, Haddad tem um plano B, a candidatura ao governo de São Paulo, pretensão à qual tem sido incentivado pelo presidente Lula. Um ministro que costuma ouvir do presidente palavras em defesa da candidatura de Dilma confirmou que ela é, de fato, a favorita, embora não tenha mesmo recebido o convite pessoalmente. E que Lula sonha com as candidaturas de Haddad ao governo de São Paulo e de Patrus ao governo de Minas Gerais. O ministro Patrus, no entanto, considera que tem cartas para mostrar. Deverá ampliar o programa Bolsa-Família nos próximos meses, com adaptações cadastrais que poderão elevar para cerca de 13 milhões o número de famílias atendidas. Atualmente, são 11 milhões as famílias beneficiadas. Num encontro sobre segurança alimentar que começou ontem, em Madri, e continua hoje, Patrus vendeu o Bolsa-Família por lá como um dos melhores programas de combate à fome em todo o mundo. A reunião será encerrada hoje. Ele repetiu o que tem dito em suas viagens pelo Brasil, sempre à frente do Bolsa-Família. Numa entrevista ao Estado, no mês passado, Patrus comentou, a respeito dos resultados eleitorais do Bolsa-Família: "Bons programas rendem bons votos". De acordo com as declarações de Patrus, em Madri, os programas sociais brasileiros estão diminuindo a desnutrição e a desigualdade e mudando a realidade das famílias no Brasil. "Está na hora do mundo, como fizeram a América Latina e o Caribe, assumir esse compromisso explícito de erradicar a fome e agir energeticamente para alcançá-lo, traduzindo em ações e recursos efetivos", disse o ministro.

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