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Presença do PMDB no governo é 'exagerada', diz Aécio

Por Angela Lacerda
Atualização:

"É exagerada a presença do PMDB hoje no governo". A avaliação foi feita hoje pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, postulante à indicação de candidato à Presidência pelo PSDB, em entrevista coletiva no Recife. Ele considera "muito difícil" se governar sem o PMDB, mas defendeu que "não se pode submeter o governo a uma ditadura de qualquer partido, qualquer que seja". "É preciso se reverter a lógica de que o País deve estar a serviço de um partido político." "Da mesma forma que é difícil se governar sem o PMDB, não é apenas o PMDB que governa o País", disse Aécio, que criticou o loteamento do governo para atender a aliados e companheiros do partido. "O governo não pode ser ocupado pela companheirada". "É preciso qualificação na vida pública, é preciso indicar pessoas qualificadas, ter meta de desempenho para os servidores e também para os ministros", afirmou, ao citar o exemplo de Minas Gerais, onde reduziu o número de secretarias de 23 para 15. "O governo Lula tem 39 ministérios, muitos dos quais só para acomodação de aliados e companheiros do partido." Ao pregar que o governo que suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de estabelecer "um novo padrão nas relações partidárias", ele disse ser possível, "quando se assume o governo com autoridade e apoio popular", buscar no PMDB quadros qualificados, que existem, segundo ele. "Uma parcela do PMDB certamente se disporia a participar conosco desse novo projeto", afirmou. "Prestigiar quadros qualificados de um partido é uma coisa", reforçou. "O PMDB tem seus quadros". "Mas se submeter às indicações do partido, quaisquer que sejam elas, é outra coisa muito diferente". "O PMDB é uma grande federação de interesses regionais", destacou. "O que tenho dito é que é possível construir uma aliança na qual o PMDB se inclua sem a relação que se construiu no Brasil com a troca explícita de favores ou espaços de poder", disse. "No momento em que o PMDB não for o único responsável pela governabilidade - e acredito que não seja - não terá o espaço que vem tendo hoje."O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, que acompanhou Aécio, reconheceu que não se governa o País sem o PMDB - que tem mais de mil prefeitos, nove governadores e 89 deputados federais. Ele negou, no entanto, que os embates travados no Senado sejam uma briga entre PSDB e PMDB - o que poderia ter repercussão negativa para uma candidatura tucana. "A questão é do Senado, não é de um partido ou de outro", afirmou. O problema, segundo ele, "é um quadro de atraso que permanece lá no Senado".

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