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Prefeito eleito de Cariacica teve 85,43% dos votos

Por Antonio Pita
Atualização:

A cidade de Cariacica, na região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, elegeu no último domingo o prefeito com a maior votação porcentual no País. Geraldo Luzia Junior (PPS), conhecido como Juninho, recebeu 85,43% dos votos válidos entre os cerca de 250 mil eleitores. Atual vice-prefeito da cidade, Juninho pautou sua candidatura fazendo oposição ao prefeito, com quem rompeu há mais de dois anos. A campanha também fez oposição aos grupos políticos ligados ao governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e do Senador Magno Malta (PR) - principais lideranças do Estado. Sem apoios, com poucos recursos e metade do tempo de propaganda no rádio em comparação aos adversários, Juninho iniciou a campanha em um desacreditado terceiro lugar, com menos de 14% das intenções. O crescimento surpreendeu os adversários e até o próprio candidato, que já no primeiro turno ficou em primeiro lugar com 45% dos votos válidos. "Nunca imaginei chegar ao segundo turno. Trabalhei contra todas essas forças, em uma situação muito delicada. Mas o eleitor mostrou nas urnas um sinal de renovação." No segundo turno, foi procurado pelos antigos adversários e recebeu apoios do PT, PV, PTdoB e do PSB. Eleito, ele garante que as adesões foram por critérios "ideológicos." Segundo ele, a principal razão para o crescimento na campanha foi sua linguagem popular. "O povo se identificou comigo, pela minha humildade. Sou o espelho do povo", afirmou. Mas o prefeito eleito também foi beneficiado pelo fato de seu opositor, Marcelo Santos, do PMDB, ter passado por problemas de saúde. Santos deixou de participar de debates, entrevistas e atos de campanha. Geraldo Luzia tem 42 anos, é carioca e foi jogador de futebol profissional, o que o ajudou a ser reconhecido pelos eleitores em sua trajetória política. Filiado ao PPS desde 2001, ele passou por diferentes secretarias municipais e estaduais até se candidatar a vice-prefeito na chapa com Helder Salomão (PT), em 2008. Dois anos depois, já rompido com o prefeito, se candidatou a deputado federal, sem sucesso. "Nunca quis me candidatar a nada, mas com apoio do povo hoje cheguei à prefeitura. Quando vi os candidatos, decidi que não podia deixar a cidade daquela forma."

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