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Prefeito de Maceió é indiciado em caso de desvio

Almeida teria usado verba de gabinete como garantia de empréstimo quando era deputado

Por Ricardo Rodrigues
Atualização:

O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), prestou depoimento ontem à Polícia Federal e foi indiciado no inquérito que apura o desvio de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas, descoberto pela PF com a Operação Taturana. Almeida é acusado ter contraído empréstimo bancário de R$ 120 mil, em 2003, quando era deputado estadual, usando como comprovação de renda a verba de gabinete e o aval do Legislativo alagoano. Segundo o delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito sobre o caso, Almeida vai responder por formação de quadrilha, peculato, crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Quando chegou à PF, Almeida conversou com os jornalistas e confirmou que pegou o empréstimo, mas que o dinheiro não foi para ele, foi para ajudar o deputado federal Francisco Tenório (PMN) a montar uma fábrica de beneficiamento de leite. Na época, Almeida e Tenório eram deputados estaduais. Procurado pelo Estado, Tenório não retornou as ligações. O depoimento de Almeida começou por volta das 15h e só terminou pouco depois das 18h. O prefeito deixou a Polícia Federal bastante agitado e falou pouco com a imprensa. Na saída, Almeida chegou a dizer que não sabia se tinha sido indiciado. O empréstimo que o prefeito contraiu foi revelado pela ex-gerente do Banco Rural Sandra Arcanjo em depoimento ao delegado Janderlyer. Segundo ele, entre 2003 e 2005, Sandra, atual secretária de Assistência Social da Prefeitura de Maceió, gerenciou as contas dos 27 deputados estaduais, na agência do Banco Rural no bairro do Farol. À PF, Sandra disse que os deputados contraíram empréstimos usando a Assembléia como avalista e a verba de gabinete como renda mensal. ASSEMBLÉIA A Assembléia Legislativa de Alagoas não conseguiu reunir quórum ontem para realizar sessão em que seriam eleitos membros para os quatro cargos vagos da Mesa Diretora. A eleição foi convocada pelo deputado Gilvan Barros (PMN), na condição de presidente substituto. Nova tentativa de realizar a eleição será feita hoje. A convocação foi feita por meio de edital, publicado na edição de ontem do Diário Oficial. Estão vagos os cargos de 1º, 2º e 3º vice-presidentes, além do 2º suplente. A Casa está sem comando - quatro integrantes da Mesa renunciaram e outros seis estão afastados das funções por decisão judicial. No edital, estão sendo colocados em disputa apenas os cargos dos quatro parlamentares que renunciaram. A eleição não vai incluir os postos dos seis parlamentares afastados da Mesa por decisão judicial - eles foram indiciados pela PF no inquérito da Operação Taturana.

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