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Prefeito de Juiz de Fora-MG preso entrega renúncia

Por Eduardo Kattah
Atualização:

Preso preventivamente na Operação De Volta para Pasárgada da Polícia Federal (PF), o prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani (PTB), encaminhou hoje uma carta de renúncia à Câmara Municipal da cidade. Ao renunciar, o prefeito procura evitar uma eventual cassação e garantir os direitos políticos. O vice-prefeito, José Eduardo Araújo (PR), deve assumir o comando do Executivo municipal. As denúncias contra Bejani deram origem a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo relatório final, de 113 páginas, será apresentado à tarde. A CPI foi instalada para apurar as suspeitas de liberação indevida de recursos do Fundo de Participações dos Municípios, desvio de verba pública e enriquecimento ilícito do chefe do Executivo. O prefeito é acusado de receber propina para autorizar o reajuste das tarifas de transporte público do município, entre outras denúncias. Um empresário acusou Bejani de exigir R$ 200 mil de propina para cada centavo de aumento na passagem de ônibus da cidade. O Ministério Público quer anular o último reajuste nas passagens, que subiu de R$ 1,55 para R$ 1,75. O prefeito aparece em vídeos apreendidos pela PF em que recolhe maços de dinheiro supostamente de propina paga pelo empresário do setor de transporte coletivo Francisco José Carapinha, o Bolão. Numa gravação, que teria sido feita no dia 10 de maio de 2006, Bejani, enquanto contava o dinheiro, afirma que horas depois se encontraria com o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, em Belo Horizonte, para tratar da liberação de R$ 70 milhões - que garantiria uma "comissão" de R$ 7 milhões. Ele se referia a um financiamento da Caixa Econômica Federal aprovado pelo Ministério das Cidades para obras no Rio Paraibuna, como parte do programa Saneamento Para Todos do governo federal. Defesa A defesa de Bejani alegou que o vídeo era uma simulação para atingir um adversário político do prefeito e nega o encontro. Dirceu também já disse que a reunião não ocorreu, negou interferência na liberação do financiamento e classificou de "infame e vil" a suspeita envolvendo seu nome. A PF estuda abrir inquérito para apurar o caso.

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