Prefeito de Blumenau é acusado de improbidade

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Por Agencia Estado
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O Ministério Público de Santa Catarina requereu à Justiça estadual imediata decretação de indisponibilidade de bens do prefeito de Blumenau, Décio Nery de Lima (PT), acusado de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. Por meio de ação civil pública, o promotor Flávio Duarte de Souza, da Curadoria da Defesa da Moralidade Pública, sustenta que foi montado um ?caixa dois? na prefeitura para pagamentos diversos - "alguns sem nenhuma contraprestação" -, realizados pela Fundação Hospitalar de Blumenau, mantenedora do Hospital Santo Antônio. Rastreamento dos desembolsos promovidos indica suposto prejuízo de R$ 383,3 mil aos cofres municipais, no período de janeiro de 1999 e maio deste ano. Além de Nery, são citados na ação o secretário municipal de Saúde, Edson José Adriano, o secretário de Comunicação, Paulo Eduardo de Oliveira Costa, o médico Fernando de Mello Vianna - ex-superintendente da fundação -, os ex-secretários Elmo Grutzmacher (Finanças) e Randolfo Decker (Comunicação) e os radialistas Carlos Eduardo de Mendonça Neves, o "Bolinha", e Danilo Prestes Gomes. O Ministério Público pede condenação do prefeito e dos outros acusados ao ressarcimento integral do dano, perda de valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio pessoal, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos e pagamento de multa de até duas vezes o valor do gasto ilegal. Nery está no segundo mandato e é pré-candidato do PT ao governo do Estado. Advogado de 41 anos, ele foi vereador pelo PMDB entre 1992 e 1996, ano em que se elegeu prefeito pela primeira vez, com 52% dos votos. No ano passado, Nery foi reeleito com 63% dos votos. "Por fora" Segundo a ação, o ?caixa dois? era operado por meio de conta paralela intitulada "Credores Prefeitura", na qual eram registrados todos os pagamentos. Valores repassados para a fundação não entravam no hospital como receita. Auditoria constatou "despesas totalmente por fora". Os recursos saíam do orçamento da Secretaria de Saúde. O juiz Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto devolveu os autos ao promotor, para inclusão no quadro de réus de outras 63 pessoas físicas e jurídicas que teriam envolvimento - como conselheiros curadores e fiscais da fundação - ou teriam se beneficiado do esquema.

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