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Prefeita e presidente da Câmara em AL são afastadas por desvio de verba

É a segunda vez que Julliany Machado deixa o cargo em razão de denúncias de improbidade na administração do município de Traipu; dinheiro seria destinado à merenda escolar

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Por Redação
Atualização:

MACEIÓ – A prefeita em exercício do município de Traipu, a 180 km de Maceió, Julliany Machado Santos (PTB), e a presidente da Câmara de Vereadores do município, Maria da Conceição Tavares (DEM), foram afastadas do cargo nesta sexta-feira, 25, acusadas de atos de improbidade administrativa. O afastamento – válido por 180 dias – foi determinado pelo juiz da comarca da cidade, Maurício Brêda, que atendeu ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE).

 

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Juliany Machado é nora e vice do prefeito Marcos Santos (PTB), afastado do cargo após ser preso, em 2011, quando uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) de Alagoas encontrou uma série de irregularidades em sua administração. Este é o segundo afastamento de Julliany Machado do cargo desde que assumiu a prefeitura, em setembro do ano passado. Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal acatou o pedido de afastamento feito pelo PMF-AL, que já havia encontrado atos de improbidade administrativa em seu governo.

 

A prefeita recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou, no dia 7 deste mês, a recondução da prefeita ao cargo. O retorno de Julliany Machado aconteceu no dia 10, com direito a desfile pelas ruas do município. “Vamos auditar as contas do município para sabermos, como manda a lei, de que forma foram gastos os R$ 8 milhões deixamos em caixa, há três meses”, disse ela, à época.

 

No período em que permaneceu afastada, o Poder Executivo do município foi assumido pela presidente da Câmara de Vereadores, Maria da Conceição, que agora está sendo acusada pelo MPE de ilegalidades na prestação de contas na administração. Com o afastamento da prefeita e da presidente do Poder Legislativo municipal, assume a prefeitura, em caráter temporário, o vice-presidente da Câmara, Marcos André Silva Melo (PTB). A informação foi confirmada pelo promotor Flávio Gomes da Costa Neto, do Ministério Público Estadual.

 

Uísque e ração. Na ação movida pelo Ministério Público Federal em Alagoas contra a administração de Marcos Santos e Julliany Machado, consta um esquema de desvio de verbas públicas na ordem de R$ 400 mil – recursos que seriam destinados à merenda escolar do município. A ação, movida pelo procurador da República José Godoy Bezerra de Souza, é um desdobramento de operações realizadas pela Polícia Federal, que investigou desvios de verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em nove municípios alagoanos, entre eles Traipu. A PF descobriu que os recursos públicos eram usados para comprar itens como ração para cães e uísque.

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