Prédio comprado pela J&F é ocupado por manifestantes em BH

Ex-funcionários do jornal 'Hoje em Dia', que funcionava no local, e integrantes do MST ocuparam o edifício; a compra do imóvel, segundo Joesley, teria sido feita a pedido de Aécio

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Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - Ex-funcionários do jornal "Hoje em Dia", de Belo Horizonte, ocuparam na manhã desta quinta-feira, 1, o prédio em que a empresa funcionava no bairro Santa Efigênia, na capital. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também estão dentro do imóvel.

Prédio da J&F ocupado Foto: Leonardo Augusto/Especial para O Estado

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O prédio é citado por Joesley Batista, um dos sócios da JBS, em delação premiada. Segundo o empresário, o imóvel foi comprado de forma superfaturada junto à Ediminas, antiga proprietária do jornal, por R$ 17 milhões. A compra, segundo Joesley, teria sido feita a pedido do senador afastado Aécio Neves (PSDB), amigo de Flávio Jacques Carneiro, que nega irregularidades na transação.

Na delação, Joesley afirma não saber "como o dinheiro chegou a Aécio". A negociação ocorreu em 2015. O comprador do imóvel foi a J&F, controladora da JBS. Ex-funcionários do Hoje em Dia acreditavam que o prédio poderia ser penhorado para pagamento de dívidas trabalhistas. "Mas quando tentamos isso ficamos sabendo que o prédio já havia sido vendido", afirma Eliana Lacerda, da coordenação de ocupação do prédio.

O porta-voz do MST na ocupação do prédio, Cristiano Meirelles, justificou a participação no movimento afirmando se tratar de "causa justa". "É mais um ato importante para dar esclarecimento sobre a corrupção no Brasil e em Minas Gerais", afirmou.

Comprado pelo ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, o "Hoje em Dia" não funciona mais no prédio ocupado pelos ex-funcionários do jornal e pelo MST.