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Pratini defende vigilância, sem vacinar gado

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura e do Abastecimento, Pratini de Moraes, disse hoje que seria mais prudente para o País não vacinar preventivamente o rebanho bovino, pois o custo da perda do status internacional de nação livre da febre aftosa sem vacinação pode ser muito alto. Ele assegurou, no entanto, que a palavra final não caberá ao governo. "A decisão será tomada no âmbito do circuito pecuário sul", disse, referindo-se ao grupo que reúne produtores, empresários e secretarias de governo dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O circuito se reúne entre segunda e quinta-feira da semana que vem em Florianópolis, período no qual será debatida a conveniência da vacinação e tomada a decisão final sobre a aplicação ou não da medida. Na opinião do ministro, "pode valer a pena pagar o preço (da vacinação preventiva) se o nível de ameaça for muito grande". Pratini de Moraes, no entanto, defendeu que seja reforçada a vigilância sanitária nas fronteiras com a Argentina e o Uruguai, países onde já foram detectados focos da febre aftosa. "É possível combater qualquer doença aumentando a vigilância", afirmou. A posição de Pratini de Moraes recebeu o apoio do presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura, Antenor Nogueira. Segundo ele, será um "crime" se o Rio Grande do Sul voltar a vacinar preventivamente o rebanho. A medida foi defendida ontem pelo governador gaúcho, Olívio Dutra. Na avaliação de Nogueira, todas as medidas preventivas já adotadas pelo Rio Grande do Sul minimizam a possibilidade da febre aftosa chegar ao Estado. As formas de controle da doença defendidas pelos representantes brasileiros foram vistas com ressalvas pelo presidente do Serviço de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina, Bernard Gabriel Cané, presente hoje à 8ª Reunião do Comitê Hemisférico de Erradicação de Febre Aftosa, que acontece em São Paulo. Para Cané, zonas livres de febre aftosa sem vacinação são "quimeras" de difícil manutenção para qualquer país hoje, tendo em vista a disseminação da doença por inúmeras regiões do globo. Ele defendeu a vacinação preventiva como um método eficaz de controle, sem prejuízos comerciais para os países. Cané assegurou que a Argentina manteve as exportações de carne mesmo depois de iniciar a vacinação. "Estados Unidos, Canadá e Europa não deixaram de comprar o produto argentino. Só Coréia e Japão suspenderam as importações", disse.

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