Praça dos Três Poderes fica em clima de guerra

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Por Tania Monteiro , Rui Nogueira e BRASÍLIA
Atualização:

A Praça dos Três Poderes se transformou em um campo de batalha com a crise política envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal e o Ministério da Defesa, triscando também o Supremo Tribunal Federal (STF). De um lado, estão o ministro Nelson Jobim (Defesa) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Do outro, fica Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da PF e afastado temporariamente do comando da Abin. No meio do tiroteio, o general Jorge Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a quem a Abin é subordinada. Félix não tem compromisso em segurar Lacerda no cargo, mas está incomodado com a maneira como Jobim ataca a Abin, desgastando sua chefia e a própria instituição aos olhos dos agentes. Jobim comunga da "visão germânica" do presidente do STF, "para quem polícia boa é polícia sob controle total da lei", disse ao Estado um dos colegas dele no STF. Mendes é mestre e doutor pela Universidade de Münter (Alemanha). O chefe do GSI tem confidenciado que a forma como Jobim ataca a Abin fragiliza até o comandante do Exército, Enzo Perin. O ministro disse que a agência comprou maletas que permitem fazer escuta ambiental e grampos telefônicos, o que é proibido. Mas o Exército tem as mesmas maletas e o mesmo impedimento. Como laudo da PF contrariou suas declarações, Jobim promete apresentar à CPI dos Grampos cópias de notas fiscais que comprovariam a compra de equipamentos para escuta pela Abin.

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