
12 de julho de 2011 | 23h00
BRASÍLIA - O PR não quer deixar a base aliada do governo Dilma, não quer perder cargos e promete ser fiel nas votações. Mas a bancada na Câmara queria negociar mais a troca do ministro dos Transportes e agora resolveu, como resumiu um parlamentar, "aprontar para barganhar mais".
Foi o que fez na terça-feira, 12, ao faltar ao almoço dos líderes com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e ao patrocinar a criação de um grupo de trabalho para vigiar o orçamento das obras da Copa e da Olimpíada. Após confusão e bate-boca entre partidos da base e da oposição, o PR emplacou a formação do grupo na Comissão Mista do Orçamento (CMO).
O apoio à proposta do deputado Wellington Roberto (PR-PB) veio uma semana após seu colega de partido, senador Alfredo Nascimento (AM), perder o ministério por denúncias de irregularidades em obras públicas.
Revoltados, parlamentares do PSDB disseram que a manobra vai esvaziar o Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária, comandado pelo tucano Vaz de Lima (SP). "Já existe uma comissão que acompanha a execução do orçamento. Para mim, não é um grupo de trabalho, mas um grupo de poder", disse o mineiro Domingos Sávio (PSDB).
No almoço semanal - cujo anfitrião foi o líder do PT, Paulo Teixeira (SP) -, não estiveram presentes o líder do PR, Lincoln Portela (MG), nem qualquer outro parlamentar da sigla. Tanto o mineiro quanto o vice-líder do governo Luciano Castro (PR-RR) são assíduos nesses almoços. Ambos alegaram "imprevistos".
Portela, porém, rechaçou qualquer intenção de deixar a base aliada. "A bancada é governo e segue a orientação do governo. Estamos neste projeto há 15 anos, desde quando fazíamos oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso", disse.
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