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PR pede tempo para decidir se volta à base

Líderes da sigla saem de reunião com Ideli sem aceitar nem rejeitar convite do governo

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff procura a reconciliação com o PR, o partido mais atingido na "faxina" implementada na Esplanada dos Ministérios. Na semana em que a presidente se reuniu com os partidos aliados e o PR declarou independência, coube à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, abrir a porta para a volta do partido à base. O convite, em nome do governo, não foi aceito nem rejeitado. O PR quer um tempo de "maturação" antes de responder se voltará a integrar a aliança que apoia Dilma no Congresso.

 

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"Foi um gesto de valorização do partido. A partir desse convite, a discussão está aberta no PR, mas não há pressa para tomar decisão", afirmou o líder da sigla na Câmara, Lincoln Portela (MG), que se reuniu na sexta-feira, 19, com a ministra por uma hora, junto com o deputado Luciano Castro (PR-RR), vice-líder do governo.

 

A saída do PR da base foi anunciada na terça-feira, em discurso no Senado feito pelo presidente da legenda, Alfredo Nascimento (AM), ex-ministro dos Transportes que deixou o cargo na esteira das denúncias de suposto esquema de corrupção em funcionamento na pasta. Na quarta-feira, o PR na Câmara estreou na nova posição, votando contra a orientação do governo durante análise no plenário da medida provisória que muda a estrutura dos Correios.

 

Do total de 32 deputados que participaram da sessão, apenas Luciano Castro votou com o governo. Houve uma abstenção na bancada e 30 votos contrários aos que pretendia o Palácio do Planalto, mostrando a unidade dos deputados do partido. Essa votação foi citada na sexta-feira por Ideli no encontro com os deputados do PR.

 

Conversas. Na reunião, Portela lembrou a ministra que o partido tomou a decisão de sair da base e adotar uma linha de independência depois de várias conversas num período de 45 dias. Agora, esse mesmo processo terá de se repetir para avaliar se o partido voltará ou não para a base. "A decisão é colegiada", disse o líder da bancada.

 

Castro considerou a conversa com a ministra uma reaproximação, sem, no entanto, nada de muito concreto. Para contornar a insatisfação do partido, o deputado do PR afirma que será necessário um amadurecimento maior como governo. "É um começo, mas não significa muita coisa hoje", disse Castro.

 

Isonomia. O vice-líder do governo reafirmou que a principal insatisfação de seus colegas de bancada foi com ao tratamento dado ao PR no episódio do Ministério dos Transportes.

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Ao contrário do que ocorreu no Ministério da Agricultura, também atingido por denúncias de corrupção, nos Transportes a presidente Dilma atuou direta e imediatamente, demitindo os envolvidos em suposta corrupção tão logo surgiram as primeiras denúncias. "O governo de alguma forma tem de reparar isso. E começa com a presidente chamando o partido para uma conversa", afirmou Castro.

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