PR estuda retaliar governo nas eleições de SP

Por Eugênia Lopes
Atualização:

Alijado do Ministério dos Transportes, o PR estuda retaliar o governo federal nas eleições municipais de São Paulo não se aliando à candidatura petista de Fernando Haddad. Depois de ameaçar lançar o deputado Tiririca na corrida pela prefeitura paulistana, o PR negocia agora apoio às candidaturas do tucano José Serra e de Gabriel Chalita, do PMDB. O partido é cobiçado pelos candidatos por dispor de cerca de um minuto de tempo de televisão no horário da propaganda eleitoral gratuita."Tradicionalmente temos sido parceiros do PT em São Paulo. Somos um aliado de primeira hora, um parceiro fiel", diz o ex-líder do PR deputado Luciano Castro (RR). Ele lembra que, em 2010, o partido apoiou a candidatura do petista Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, mesmo antevendo sua derrota. "O Fernando Haddad seria um excelente vice na chapa do Tiririca. Seria uma chapa imbatível", afirma, em tom de troça, o atual líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG).Para embasar a tese, a cúpula do PR argumenta que a candidatura própria nas eleições municipais paulistanas é essencial para o partido se "oxigenar" para as eleições de 2014, quando será eleita a bancada para a Câmara. "Por isso, a candidatura do Tiririca para a gente não é ruim", explica Castro. O PR mantém, no entanto, aberta a porta para aliar-se ao PT em São Paulo nas eleições de outubro.Ao contrário dos sete senadores do PR, que se declararam na oposição ao governo Dilma Rousseff, a bancada de deputados federais se reúne nesta terça e a tendência é manter apoio ao Palácio do Planalto. Os parlamentares não acreditam que a presidente Dilma esteja realmente disposta a mudar os métodos do toma-lá-dá-cá de cargos com os partidos aliados.A avaliação é que os aliados foram beneficiados com cargos no governo, com direito a escolher o indicado. Foi assim com o PT, com o PCdoB e até com o PDT, que ultimamente tem votado contra o governo. O argumento do PR é que hoje a base escolhe quem quer para os ministérios, incluindo deputados e senadores. A exceção até agora foi somente o PR, que não pode escolher colocar no Ministério dos Transportes nenhum de seus indicados. "Entendo que novas políticas podem ser bastante salutares, desde que sejam para todos", observa Luciano Castro.

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