PPS opta por crítica responsável e defende parlamentarismo

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Por Agencia Estado
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O Partido Popular Socialista (PPS) continuará a fazer parte da base de sustentação do governo federal, apoiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas terá uma posição crítica responsável, que prega mudanças na política econômica e a adoção do Parlamentarismo em 2010. Esta linha foi adotada pelo partido em declaração divulgada ao final do 14º Congresso Nacional do PPS, que aconteceu neste final de semana em São Paulo. "Nós vamos continuar dando apoio ao governo, mas que fique muito claro que não é um apoio para que continue tudo como vinha. É necessário começar a discutir mudanças e correções de rumos", disse o presidente nacional do partido, deputado federal Roberto Freire (PE), reeleito neste domingo para um mandato de mais dois anos. Dificuldade de mudar De acordo com ele, o governo Lula está tendo dificuldades de fazer mudanças e firmar posições de esquerda, "seja pelo espaço pequeno para corrigir rumos, seja pelas dificuldades de ter visto atingida a questão da ética, com o caso Waldomiro", disse. Apesar das turbulências vividas pelo governo, o PPS ainda se mostra confiante em uma possível mudança de rumos. "O governo Lula pode ser protagonista da inversão de prioridade que o Brasil tanto precisa e deseja", enfatiza o documento. As críticas à gestão atual serão levadas por Freire a Lula. Mas o encontro ainda não tem data acertada. "Vamos dar ciência ao presidente das resoluções do PPS e vamos colocar as diferenças que já vínhamos manifestando desde junho de 2003, quando já discordávamos da condução da política macroeconômica", afirmou. Parlamentarismo Durante o encontro nacional, o PPS aprovou moção defendendo a instalação do regime parlamentarista a partir de 2010 no Brasil. O documento será enviado ao Congresso. "Vamos reabrir a discussão com clareza, sem atentar contra o mandato ou a perspectiva de reeleição do PT ou de Lula. Por isso, estamos tomando o cuidado de propor só para 2010", destacou Freire. O presidente do PPS não acredita que a defesa neste momento do parlamentarismo possa ser interpretada como mais um fator desestabilizador ao governo. "Precisamos acabar com esta idéia conspiratória. O PPS tem toda a autoridade histórica para defender o parlamentarismo a qualquer momento, porque este é um regime muito mais democrático", defendeu. Candidaturas e Ciro Na declaração política, o partido manifesta a disposição de lançar candidaturas e chapas próprias em todas as capitais e grandes colégios eleitorais. Freire anunciou que o PPS disputará a corrida presidencial em 2006. Nas eleições municipais de São Paulo, Arnaldo Jardim, João Hermann e Romeu Tuma Jr. são os três pré-candidatos do partido. Questionado se o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, pretende entrar na disputa pela prefeitura de Fortaleza, Freire preferiu se esquivar, mas não escondeu um certo descontentamento com seu colega de partido. "Tem que perguntar isso a ele, porque a gente fica sabendo tudo pelo jornal. Ele nunca disse nada ao partido. E eu me permito dizer que gostaria de terminar um Congresso importante como este com a presença da bancada e do ministro", lamentou, ao comentar a ausência de Ciro Gomes neste domingo no encontro.

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