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PPB lança candidato de oposição a Maluf

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Por Agencia Estado
Atualização:

Deputados federais, estaduais e vereadores rebeldes do PPB, ligados ao governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, e ao ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, lançaram nesta terça-feira, durante a convenção da Executiva Nacional, o nome do deputado Celso Bernardi (RS) para disputar a presidência do partido com o ex-prefeito Paulo Maluf, que já dava como certa sua recondução para o cargo. Apesar da ofensiva contra ele, o ex-prefeito manteve o discurso de líder e defendeu a candidatura própria do PPB na corrida sucessória rumo ao Palácio do Planalto em 2002. Ele disse, ainda, com frases cifradas, que pretende disputar o governo de São Paulo no próximo ano. "Não confirmo nem nego", disse o ex-prefeito, sem esconder o meio sorriso. "Só digo uma coisa: ainda não pendurei as chuteiras", emendou ele, interrompendo o diálogo para cumprimentar cada um dos participantes da convenção, chamando-os pelo nome e falando de assuntos particulares, mantendo seu estilo já consagrado. Apesar do tom de mistério por parte de Maluf, os pepebistas confirmaram publicamente que o objetivo do ex-prefeito é chegar ao Palácio dos Bandeirantes. "Temos um nome que lideranças de outros partidos gostariam de ter, que é Paulo Maluf, que poderia ocupar até a Presidência da República, mas seu desejo é ser governador de São Paulo", revelou o deputado Ricardo Barros (PR), contando que em uma conversa entre os dois Maluf confessou seu desejo. "O que desejamos é que o ex-prefeito Paulo Maluf tenha tempo para andar (fazer campanha), podendo, assim, conquistar o governo de São Paulo", completou o deputado federal licenciado Leodegar Tiskosky (SC), que defende a saída de Maluf da presidência do PPB. Os pepebistas ligados a Amin e Dornelles se consideram alijados das principais decisões do PPB porque não ocupam cargos na Executiva do partido. Na sua contabilidade, mais de 25% do total de dois governadores (Santa Catarina e Roraima), dois senadores, 48 deputados federais, 144 estaduais, 618 prefeitos e 7.062 vereadores estão na cota "sulista". Mas, na prática, a manobra permite que tanto o governador como o ministro obtenham o controle do partido, hoje nas mãos de Maluf. "Não estamos dizendo: ´Maluf vá para casa`, mas queremos alguém que tenha tempo para o partido", falou, aos gritos, o deputado Júlio Redecker (RS). A polêmica dividiu os participantes da convenção, na qual estavam o ministro Francisco Dornelles, o embaixador extraordinário para Assuntos de Mercosul, José Botafogo Gonçalves, e o governador Esperidião Amin. Na tentativa de evitar o racha do partido, pepebistas se revezavam nos discursos, ressaltando a necessidade de coesão e unidade do partido. "O que queremos é caminhar com o PPB cada vez mais unido e forte rumo às eleições de 2002", destacou Celso Bernardi, candidato dos rebeldes em oposição a Maluf.

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