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PP tem quase metade dos deputados e 3 dos 5 senadores na lista

Partido é o mais atingido por ter controlado adiretoria na qual Costa e Youssef, delatores do esquema, operavam

Por Daniel de Carvalho e Fabio Brandt
Atualização:

BRASÍLIA - O Partido Progressista (PP) é a legenda que mais teve filiados incluídos no grupo de políticos que o Supremo Tribunal Federal vai investigar por suspeita de envolvimento com os desvios da Petrobrás. Ao todo, 30 integrantes do PP tiveram o pedido de investigação aceito pelo ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo. Isso representa 60% da bancada do partido no Senado - três de cinco senadores - e 45% da bancada na Câmara - 18 de 40 deputados. Também estão na lista oito ex-deputados e o vice-governador da Bahia, João Leão. O presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), o líder do partido na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte (PE), e o primeiro-vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA), são alguns dos caciques do partido com mandato sob investigação. Os ex-líderes do partido na Câmara Nelson Meurer (PR) e João Pizzolatti também estão no grupo. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o pai dele, o senador Benedito de Lira (AL), também estão na lista. O deputado Arthur Lira afirmou ter sido pego de surpresa com a divulgação de seu nome. Se disse inocente. "Não tenho nada a ver com isso. Quero lembrar que é uma lista (elaborada a partir de um depoimento) de réus confessos. Vamos ter que ver o que é isso." O alto número de integrantes do PP citados se deve ao fato de os delatores principais do esquema - o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa - estarem ligados à área de Abastecimento da estatal. Costa comandava a diretoria e tinha Youssef como operador da propina que era distribuída, segundo os investigadores, preferencialmente ao PP. O dinheiro desviado de contratos sob a área de Abastecimento, porém, também acabava indo para outros partidos, mas em menor proporção. De acordo com as apurações do Ministério Público, havia outras duas diretorias nas quais havia desvios - as apurações mostram que as propinas se concentraram entre 2004 e 2012. Eram nas as áreas de Internacional, então sob o comando de Néstor Cerveró, e a de Serviços, então sob o comando de Renato Duque. Cerveró é apontado como integrante do esquema do PMDB. Duque, como integrante do esquema do PT. Ambos negam ter participado de corrupção na Petrobrás.

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