PP desiste de indicar para CPI filho de político investigado

Partido fez a segunda substituição da comissão em dois dias

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Por Daiene Cardoso e Daniel de Carvalho
Atualização:

Brasília - Um dia após ter indicado o deputado Covatti Filho (RS) para substituir Lázaro Botelho (TO) na CPI da Petrobrás, o PP decidiu nesta quarta-feira, 11, trocá-lo por Fernando Monteiro (PE). Covatti é filho do ex-deputado federal Vilson Covatti (RS), que, assim como Botelho, figura na lista de políticos investigados no Supremo Tribunal Federal por suspeita de participação no esquema de corrupção na Petrobrás.

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Covatti foi compensado com a suplência do Conselho de Ética. Na terça, pressionado para retirar investigados na Operação Lava Jato de postos-chave na Câmara, o PP substituiu na CPI Botelho e Sandes Júnior (GO), também sob investigação, pelos deputados Covatti Filho e Beto Rosado (RN). Nesta quarta o PP formalizou no Conselho de Ética a troca de Botelho.

Monteiro recebeu de empreiteiras investigadas na Lava Jato R$ 230 mil em doações diretas e indiretas para sua campanha de 2014. Segundo a prestação de contas do deputado entregue ao Tribunal Superior Eleitoral, ele recebeu em doações diretas R$ 100 mil da Galvão Engenharia e R$ 30 mil da Odebrecht. Da Andrade Gutierrez, foram R$ 100 mil repassados por meio da direção nacional do PP. 

Levantamento do Estado indica que ao menos 12 titulares da CPI receberam doações de empreiteiras. A questão foi motivo de protesto do PSOL na primeira sessão da comissão. Na prestação de contas de Beto Rosado não aparecem empreiteiras investigadas.

Monteiro disse que o fato de ter recebido doações de empreiteiras investigadas não afeta sua isenção. “Vou fazer meu trabalho com lisura. Eu receber ou não (doações) não muda meu comportamento. Se a CPI é para investigar, vamos investigar.”

 

A CPI vai ouvir nesta quinta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluído na lista de investigados, e o ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli. 

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