PP antecipa reunião após ganhar cargo

Contemplado com órgão de obras contra secas, partido se encontra hoje para discutir posicionamento se permanece no governo

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Por Igor Gadelha
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que não vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da votação do processo de impeachment pelo plenário da Câmara. “O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade”, disse a petista, após visita à Base Aérea de Brasília.

Para a presidente, “especulações” são “extremamente nocivas”, criam “instabilidade” e são uma forma de “transformar factoide em realidade”. Dilma citou como exemplo que está fora de cogitação trocar o comando do Ministério da Educação, hoje com Aloizio Mercadante.

Partido PP ganhou cargos Foto: DIDA SAMPAIO | ESTADAO CONTEUDO

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A declaração de Dilma foi uma resposta às críticas que vêm sofrendo por estar negociando cargos por votos para barrar o impeachment. Diante do aumento de rumores de que o governo estaria oferecendo até dinheiro a parlamentares, a petista teria decidido adiar as mudanças na Esplanada. A expectativa era de que os ministérios do PMDB seriam redistribuídos entre outros aliados, como PP, PR e PSD, que podem dar os votos para barrar o impeachment. Como só um peemedebista deixou a Esplanada, o plano foi postergado.

Em uma sinalização de que está disposta a ampliar o espaço do PP no governo, a presidente Dilma Rousseff entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o partido. Na edição do Diário Oficial da União de ontem, o Planalto nomeou Antonio Iran Costa Magalhães para o posto. O orçamento do órgão é de R$ 1,1 bi para 2016.

Engenheiro civil de formação, Magalhães é cearense e ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. O novo diretor ocupará o lugar de Walter Gomes de Souza, que tinha sido indicado pelo PMDB e foi exonerado do cargo na semana passada após o partido romper com o governo.

Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma “dívida antiga” da presidente com a sigla. Segundo parlamentares do partido, o governo tinha prometido entregar o comando do departamento à legenda desde que o PP assumiu o Ministério da Integração Nacional.

Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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Discurso oficial. As nomeações para o segundo escalão contrariam discurso oficial da própria cúpula do partido. Na edição de ontem do Estado, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), tinha dito que nenhum indicado do partido assumiria nenhuma pasta no governo até o julgamento do impeachment, o que foi reiterado em nota divulgada ontem.

Apesar do discurso, Ciro articulou ontem nos bastidores para passar uma mensagem ao governo de que o PP, que soma 49 deputados, vai permanecer na base. Ciente de que tem maioria governista, ele decidiu antecipar para hoje a votação sobre o desembarque ou não do governo. Até então, a ideia era tomar essa decisão somente após a votação do impeachment.

A votação está marcada para ocorrer na reunião das bancadas da Câmara e do Senado convocada pelo dirigente para 14h de hoje. Mas a votação foi contestada pela ala pró-impeachment. Ciente de que perderia o pleito, o grupo argumenta que somente o diretório nacional seria a instância apropriada para tomar a decisão.

O deputado Jerônimo Goergen (RS) acusou o presidente do PP de tentar criar um “fato político” com a reunião de hoje, para sinalizar ao governo de que a sigla permanecerá na base. Isso porque, apesar da validade política, a votação pode ser contestada na Justiça, por a reunião da bancada não ser a instância adequada.

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“Não estou entendendo essa atitude deles. Estou cumprindo o que eles pediram”, reagiu Ciro Nogueira. Ele lembrou que foi a própria ala pró-impeachment que pediu em reunião ontem para que a decisão sobre desembarque fosse antecipada, inclusive ameaçando entrar na Justiça para obrigá-lo.

O dirigente ressaltou também que o documento que deve ser votado hoje será, inclusive, o elaborado pela ala anti-Dilma e que, a pedido do grupo, ele abriu exceção para que a bancada do PP no Senado também votasse na reunião. “Acho que viram que não tem esse número (para aprovar o desembarque) e estão criando essa celeuma”, disse Ciro.

Goergen confirmou que a ala pró-impeachment ameaçou entrar na Justiça, mas para obrigar o presidente do partido a convocar a reunião do diretório nacional e não das bancadas no Congresso. O parlamentar assumiu ainda que o grupo não teria votos suficientes para aprovar o desembarque na votação de hoje. / COLABOROU LUCI RIBEIRO

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A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que não vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da votação do processo de impeachment pelo plenário da Câmara. “O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade”, disse a petista, após visita à Base Aérea de Brasília.

Para a presidente, “especulações” são “extremamente nocivas”, criam “instabilidade” e são uma forma de “transformar factoide em realidade”. Dilma citou como exemplo que está fora de cogitação trocar o comando do Ministério da Educação, hoje com Aloizio Mercadante.

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A declaração de Dilma foi uma resposta às críticas que vêm sofrendo por estar negociando cargos por votos para barrar o impeachment. Diante do aumento de rumores de que o governo estaria oferecendo até dinheiro a parlamentares, a petista teria decidido adiar as mudanças na Esplanada. A expectativa era de que os ministérios do PMDB seriam redistribuídos entre outros aliados, como PP, PR e PSD, que podem dar os votos para barrar o impeachment. Como só um peemedebista deixou a Esplanada, o plano foi postergado.

Em uma sinalização de que está disposta a ampliar o espaço do PP no governo, a presidente Dilma Rousseff entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o partido. Na edição do Diário Oficial da União de ontem, o Planalto nomeou Antonio Iran Costa Magalhães para o posto. O orçamento do órgão é de R$ 1,1 bi para 2016.

Engenheiro civil de formação, Magalhães é cearense e ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. O novo diretor ocupará o lugar de Walter Gomes de Souza, que tinha sido indicado pelo PMDB e foi exonerado do cargo na semana passada após o partido romper com o governo.

Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma “dívida antiga” da presidente com a sigla. Segundo parlamentares do partido, o governo tinha prometido entregar o comando do departamento à legenda desde que o PP assumiu o Ministério da Integração Nacional.

Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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Discurso oficial. As nomeações para o segundo escalão contrariam discurso oficial da própria cúpula do partido. Na edição de ontem do Estado, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), tinha dito que nenhum indicado do partido assumiria nenhuma pasta no governo até o julgamento do impeachment, o que foi reiterado em nota divulgada ontem.

Apesar do discurso, Ciro articulou ontem nos bastidores para passar uma mensagem ao governo de que o PP, que soma 49 deputados, vai permanecer na base. Ciente de que tem maioria governista, ele decidiu antecipar para hoje a votação sobre o desembarque ou não do governo. Até então, a ideia era tomar essa decisão somente após a votação do impeachment.

A votação está marcada para ocorrer na reunião das bancadas da Câmara e do Senado convocada pelo dirigente para 14h de hoje. Mas a votação foi contestada pela ala pró-impeachment. Ciente de que perderia o pleito, o grupo argumenta que somente o diretório nacional seria a instância apropriada para tomar a decisão.

O deputado Jerônimo Goergen (RS) acusou o presidente do PP de tentar criar um “fato político” com a reunião de hoje, para sinalizar ao governo de que a sigla permanecerá na base. Isso porque, apesar da validade política, a votação pode ser contestada na Justiça, por a reunião da bancada não ser a instância adequada.

“Não estou entendendo essa atitude deles. Estou cumprindo o que eles pediram”, reagiu Ciro Nogueira. Ele lembrou que foi a própria ala pró-impeachment que pediu em reunião ontem para que a decisão sobre desembarque fosse antecipada, inclusive ameaçando entrar na Justiça para obrigá-lo.

O dirigente ressaltou também que o documento que deve ser votado hoje será, inclusive, o elaborado pela ala anti-Dilma e que, a pedido do grupo, ele abriu exceção para que a bancada do PP no Senado também votasse na reunião. “Acho que viram que não tem esse número (para aprovar o desembarque) e estão criando essa celeuma”, disse Ciro.

Goergen confirmou que a ala pró-impeachment ameaçou entrar na Justiça, mas para obrigar o presidente do partido a convocar a reunião do diretório nacional e não das bancadas no Congresso. O parlamentar assumiu ainda que o grupo não teria votos suficientes para aprovar o desembarque na votação de hoje. / COLABOROU LUCI RIBEIRO

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A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que não vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da votação do processo de impeachment pelo plenário da Câmara. “O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade”, disse a petista, após visita à Base Aérea de Brasília.

Para a presidente, “especulações” são “extremamente nocivas”, criam “instabilidade” e são uma forma de “transformar factoide em realidade”. Dilma citou como exemplo que está fora de cogitação trocar o comando do Ministério da Educação, hoje com Aloizio Mercadante.

A declaração de Dilma foi uma resposta às críticas que vêm sofrendo por estar negociando cargos por votos para barrar o impeachment. Diante do aumento de rumores de que o governo estaria oferecendo até dinheiro a parlamentares, a petista teria decidido adiar as mudanças na Esplanada. A expectativa era de que os ministérios do PMDB seriam redistribuídos entre outros aliados, como PP, PR e PSD, que podem dar os votos para barrar o impeachment. Como só um peemedebista deixou a Esplanada, o plano foi postergado.

Em uma sinalização de que está disposta a ampliar o espaço do PP no governo, a presidente Dilma Rousseff entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o partido. Na edição do Diário Oficial da União de ontem, o Planalto nomeou Antonio Iran Costa Magalhães para o posto. O orçamento do órgão é de R$ 1,1 bi para 2016.

Engenheiro civil de formação, Magalhães é cearense e ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. O novo diretor ocupará o lugar de Walter Gomes de Souza, que tinha sido indicado pelo PMDB e foi exonerado do cargo na semana passada após o partido romper com o governo.

Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma “dívida antiga” da presidente com a sigla. Segundo parlamentares do partido, o governo tinha prometido entregar o comando do departamento à legenda desde que o PP assumiu o Ministério da Integração Nacional.

Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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Discurso oficial. As nomeações para o segundo escalão contrariam discurso oficial da própria cúpula do partido. Na edição de ontem do Estado, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), tinha dito que nenhum indicado do partido assumiria nenhuma pasta no governo até o julgamento do impeachment, o que foi reiterado em nota divulgada ontem.

Apesar do discurso, Ciro articulou ontem nos bastidores para passar uma mensagem ao governo de que o PP, que soma 49 deputados, vai permanecer na base. Ciente de que tem maioria governista, ele decidiu antecipar para hoje a votação sobre o desembarque ou não do governo. Até então, a ideia era tomar essa decisão somente após a votação do impeachment.

A votação está marcada para ocorrer na reunião das bancadas da Câmara e do Senado convocada pelo dirigente para 14h de hoje. Mas a votação foi contestada pela ala pró-impeachment. Ciente de que perderia o pleito, o grupo argumenta que somente o diretório nacional seria a instância apropriada para tomar a decisão.

O deputado Jerônimo Goergen (RS) acusou o presidente do PP de tentar criar um “fato político” com a reunião de hoje, para sinalizar ao governo de que a sigla permanecerá na base. Isso porque, apesar da validade política, a votação pode ser contestada na Justiça, por a reunião da bancada não ser a instância adequada.

“Não estou entendendo essa atitude deles. Estou cumprindo o que eles pediram”, reagiu Ciro Nogueira. Ele lembrou que foi a própria ala pró-impeachment que pediu em reunião ontem para que a decisão sobre desembarque fosse antecipada, inclusive ameaçando entrar na Justiça para obrigá-lo.

O dirigente ressaltou também que o documento que deve ser votado hoje será, inclusive, o elaborado pela ala anti-Dilma e que, a pedido do grupo, ele abriu exceção para que a bancada do PP no Senado também votasse na reunião. “Acho que viram que não tem esse número (para aprovar o desembarque) e estão criando essa celeuma”, disse Ciro.

Goergen confirmou que a ala pró-impeachment ameaçou entrar na Justiça, mas para obrigar o presidente do partido a convocar a reunião do diretório nacional e não das bancadas no Congresso. O parlamentar assumiu ainda que o grupo não teria votos suficientes para aprovar o desembarque na votação de hoje. / COLABOROU LUCI RIBEIRO

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