PUBLICIDADE

Posso apoiar Lula, diz Amazonino

Por Agencia Estado
Atualização:

De formação marxista-leninista, o governador Amazonino Mendes passou pelo PCB, ficou preso por quatro meses em 1964, PMDB e PDC, até chegar ao PFL, ao qual se filiou após ter sido eleito, em 1994, pelo PPB. Da mesma forma tranqüila com que enumera as trocas de partido, ele afirma que poderá apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sucessão presidencial. "Não tenho a intenção de me apressar, mas se sentir que o Lula e um bom candidato, subo no palanque", afirmou Amazonino. A decisão por Lula ou outro candidato, do governo ou da oposição, só virá mais tarde, mas não irá depender da opção do PFL, assegura. "Vou observar, minha atitude será meramente passiva. O principal será (obedecer) minha consciência, não o partido", afirmou Amazonino. "Meu perfil para presidente é muito diferente do que está aí. As teses que eu defendo - um equilíbrio no déficit fiscal, uma política externa correta para acabar com o desnível crônico na balança comercial - não estão na agenda de nenhum candidato", completou. Para Amazonino, a cada eleição se comete um "estelionato eleitoral", por causa da série de promessas que os candidatos sabem que não poderão ser cumpridas. O problema, ataca, é estrutural. "O Brasil não é uma democracia. É a plutocracia paulista que comanda o País", diz, sem entrar em detalhes. Para ele, será difícil o presidente Fernando Henrique Cardoso fazer o sucessor, em especial se este nome for o do ministro da Saúde, José Serra, um dos pré-candidatos do PSDB. "Primeiro porque São Paulo não sabe fazer política, e depois porque o Serra está com 6%. Não sou eu que não levo fé no Serra, é o povo", disse Amazonino. Aos 62 anos, o governador do Amazonas se define como um "homem de esquerda, hoje, mais do nunca". Amazonino se diz uma voz isolada dentro do PFL, e rejeita a fama de que teria influência sobre os políticos da região amazônica. "Não sou líder, não levo outros Estados comigo. Não faço política partidária e não me preocupa comprar uma briga com o PFL ao apoiar o PT. Essa história sobre meu poder na região é lenda."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.