PUBLICIDADE

Posse sela paz entre Alckmin e Serra com vistas a 2010

PUBLICIDADE

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

A posse do ex-governador Geraldo Alckmin no cargo de secretário de Desenvolvimento de São Paulo enterrou hoje uma disputa interna do PSDB que poderia atrapalhar a possível indicação do governador José Serra para disputar a presidência em 2010. Ao marcar o ingresso de Alckmin em sua equipe com uma concorrida cerimônia com mais de mil convidados na capital paulista - entre eles as principais lideranças tucanas -, Serra selou a paz com o rival de partido. "Não há mágoas", afirmou Alckmin, questionado sobre o apoio apenas protocolar do governador a sua candidatura a prefeito no ano passado. "Eleição se ganha e se perde. A responsabilidade foi minha", afirmou. Pela primeira vez, Alckmin disse acreditar na possibilidade de um consenso dentro do partido em torno da indicação, sem prévias, de um candidato tucano à Presidência da República. "Se tivermos nossos possíveis candidatos unidos, ou seja, com um candidato só, não há necessidade (de prévias)", afirmou, depois de assumir a secretaria. "O entendimento é possível." O deslocamento de Alckmin para o lado de Serra isola o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que também almeja disputar a Presidência pelo PSDB e defende a realização de prévias em 2009. Aécio, que chegou a vir à capital paulista manifestar apoio a Alckmin nas últimas eleições municipais, teria se sentido ''atropelado'' pela decisão de Serra de levar o ex-governador para sua equipe. O recém-empossado secretário tentou se justificar: "Aécio é um dos melhores quadros do PSDB. O PSDB de São Paulo, estando mais fortalecido e unido, é bom para o Brasil." Questionado sobre sua contribuição para uma possível candidatura de Serra à Presidência, Alckmin tergiversou. "Eleição é em 2010. Nosso apoio em 2010 independe de ser ou não ser secretário." Mas acabou por admitir: "A melhor maneira de construir um cenário melhor para 2010 é um bom governo e isso o governador José Serra vem fazendo. Estamos aqui para que governo possa avançar ainda mais." O novo secretário destacou a atuação de Serra, sobretudo no campo econômico, grande tema para os presidenciáveis por causa da crise financeira mundial. E se colocou como parceiro do governador para combater o desemprego. Serra, por sua vez, teceu elogios a Alckmin, atribuindo-lhe a situação favorável que encontrou ao assumir o governo deixado pelo antecessor. "Metade dos nossos resultados vem da herança deixada por Alckmin", disse Serra em discurso. "É uma honra ter Alckmin como colaborador. Ele, que já foi governador e candidato à Presidência, revela com esse gesto humildade e um enorme espírito público." Resignado, Alckmin assentiu mais tarde: "Política não é poder. É servir." Gafe O vice-governador do Estado, Alberto Goldman, do PSDB, que transmitiu o cargo de secretário a Alckmin, chamou hoje o prefeito Gilberto Kassab de ''Geraldo Kassab''. É a segunda vez que Goldman mistura os nomes de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Sem perceber a troca, o vice-governador seguia seu discurso quando foi interrompido por risos da plateia, que soprou o nome certo do prefeito. Sorrindo, Goldman corrigiu o erro. Em junho passado, Goldman cometeu a mesma gafe, na convenção do DEM, ao manifestar apoio a Kassab. A reação da plateia na ocasião, no entanto, foi uma vaia, já que Geraldo Alckmin era então adversário do democrata na disputa municipal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.